Ao longo de várias décadas, circulou-se rumores pelas florestas da África que falavam sobre a existência de um estranho híbrido chimpanzé-gorila, um animal também conhecido como koolakamba. Porém, provas concretas sobre tal tipo de criatura seguem inexistentes para os cientistas.
As menções mais recentes ao koolakamba podem ser encontradas em um artigo publicado pelo biólogo Brian T Shea em 1984. Em sua obra, o autor descreve a “longa história de debate controverso” que cerca a existência dessa suposta espécie lendária.
Surgimento do koolakamba
(Fonte: British Library/Wikimedia Commons)
De acordo com o trabalho de Shea, estudos explicam que as primeiras descrições registradas do koolakamba vieram do explorador franco-americano Paul Du Chaillu durante as suas aventuras pela África equatorial na década de 1850.
Durante sua expedição, Du Chaillu escreveu: “Mal havíamos nos livrado das bashikouays [formigas] quando meus ouvidos foram saudados pelo grito singular do macaco que eu procurava”. De acordo com o explorador, o grande macaco estava no topo de um galho observando ele e mais um colega, e optaram por atirar na curiosa criatura.
O animal teria caído no chão com um grande estrondo. Então, o pesquisador teria notado que o primata, na realidade, era uma mistura de chimpanzé e gorila. De acordo com Du Chaillu, a grande criatura tinha uma cabeça redonda e um rosto preto com maçãs salientes e uma mandíbula fina. Ao conversar com moradores locais, o explorador ouvir falar que tal animal se chamava “koolakamba”, um nome em referência aos gritos vocais incomuns.
Criatura lendária
(Fonte: Paul Du Chaillu/Wikimedia Commons)
Em seus relatos, Du Chaillu nunca afirmou explicitamente que o animal encontrado na África era produto da hibridização chimpanzé-gorila, mas as especulações aumentaram nos anos seguintes. Os rumores ganharam força no final dos anos 1800 e início dos anos 1900, quando mais colonizadores europeus passaram a descrever a riqueza dos primatas que habitavam as selvas da África.
Desde o início, houve um debate muito grande em torno do número de espécies e subespécies para descrever chimpanzés e gorilas. Em meio a discussão confusa, alguns passaram a especular que algumas espécies encontradas na região eram, na verdade, híbridos dos dois primatas. Tal híbrido seria possível, ao menos hipoteticamente.
(Fonte: Getty Images)
A distribuição natural dos chimpanzés e dos gorilas apresenta algumas sobreposições, sobretudo nos países da África equatorial como o Gabão, a República do Congo e a República Democrática do Congo. Em casos excepcionalmente raros, os cientistas documentaram até ataques letais de chimpanzés contra gorilas, mostrando que esses animais têm um cruzamento claro na natureza.
Além disso, testes avançados de DNA mostraram que gorilas e chimpanzés — e também bonobos — estão extremamente relacionados, geneticamente falando. Isso, portanto, significaria que a hibridização não está fora do reino das possibilidades para essas duas espécies. No entanto, poucos primatologistas modernos sequer consideram a ideia de que uma população de híbridos chimpanzé-gorila vive secretamente na natureza. Sendo assim, a “existência” dos koolakambas ainda é um mistério que precisa de mais estudo.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Mega Curioso e são de total responsabilidade do autor.
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