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ToggleO gabinete de guerra de Israel autorizou a retomada das negociações para conseguir a libertação dos reféns mantidos em Gaza, onde o Exército executou novos bombardeios nesta quinta-feira (23).
A decisão foi tomada após a divulgação de um vídeo que mostra o momento em que cinco soldados foram sequestradas em 7 de outubro, dia do ataque do movimento islamista palestino Hamas em Israel que desencadeou a guerra.
As famílias das cinco militares autorizaram a divulgação das imagens, que mostram as jovens, algumas com sangue no rosto, sentadas no chão de pijama, com as mãos amarradas atrás das costas.
“Estas imagens mostram o tratamento violento, humilhante e traumatizante que estas mulheres sofreram no dia do sequestro”, afirmou o Fórum das Famílias de Reféns em um comunicado.
Em resposta ao vídeo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou que continuará lutando contra o Hamas para “garantir que o que foi visto esta noite não volte a acontecer”.
O gabinete de guerra, que se reuniu durante a noite, “ordenou que a equipe de negociadores retorne à mesa para conseguir o retorno dos reféns”, disse um funcionário de alto escalão do governo.
26 mortos na Cidade de Gaza
Com a mediação do Catar, Egito e Estados Unidos, as negociações para uma trégua fracassaram no início de maio por divergências entre as partes.
No ataque de 7 de outubro, os comandos islamistas mataram mais de 1.170 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em informações divulgadas pelas autoridades israelenses.
Os combatentes também sequestraram 252 pessoas. Israel afirma que 124 permanecem em Gaza, das quais 37 estariam mortas.
Em resposta ao ataque, Israel prometeu “aniquilar” o movimento islamista palestino e iniciou uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, território que o Hamas, que Israel, União Europeia e Estados Unidos consideram um grupo terrorista, governa desde 2007.
Mais de 35.709 palestinos, a maioria civis, morreram na ofensiva, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.
Durante a noite, bombardeios e tiros de artilharia foram ouvidos por toda Gaza.
A Defesa Civil de Gaza anunciou que 26 pessoas, incluindo 15 crianças, morreram na Cidade de Gaza, no norte do território palestino, em dois bombardeios aéreos israelenses antes do amanhecer.
Em Jabaliya, também no norte, o Exército israelense informou que “atingiu vários terroristas do Hamas em bombardeios contra infraestruturas militares utilizadas para armazenar armas”.
Em Nusseirat, no centro do território palestino, moradores examinavam os escombros de uma casa destruída por um bombardeio israelense.
“Quando vi as chamas (…) eu pensei ‘coitados, foram atingidos por um míssil’, sem saber que na realidade eram o meu marido, sua primeira esposas e os filhos”, contou Fatima Hathat.
“Recompensa ao terrorismo”
A violência também prosseguiu no sul de Gaza, especificamente em Rafah, onde as tropas israelenses entraram em 7 de maio com a intenção de efetuar uma grande ofensiva.
Quase 800.000 palestinos foram obrigados a fugir de Rafah para outros pontos de Gaza, segundo a ONU.
Um a incursão israelense de dois dias à cidade ocupada de Jenin, na Cisjordânia, matou pelo menos 12 palestinos, informaram nesta quinta-feira as autoridades de saúde e um correspondente da AFP.
No campo diplomático, Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram na quarta-feira que reconhecerão um Estado palestino no final do mês, um passo que Israel chamou de “recompensa ao terrorismo”.
O governo israelense convocou para consultas seus embaixadores em Madri, Dublin e Oslo. Também anunciou que convocaria os representantes dos três países.
A principal jurisdição da ONU, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), informou que se pronunciará na sexta-feira sobre o pedido da África do Sul de ordenar a Israel um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
A Colômbia, que rompeu relações com Israel há quase um mês, confirmou a instalação de uma embaixada na cidade palestina de Ramallah, na Cisjordânia.
A criação de um Estado palestino viável, no entanto, parece uma perspectiva muito incerta devido, em particular, à ausência de negociações sobre o tema, à colonização judaica na Cisjordânia ocupada e à oposição de Netanyahu.
Os líderes do chamado “eixo de resistência”, formado pelos aliados do Irã na luta contra Israel, falaram na quarta-feira sobre a guerra em Gaza, em Teerã, à margem do funeral do presidente iraniano Ebrahim Raisi.
“A continuidade da jihad e da luta até a vitória completa da resistência palestina em Gaza, com a participação dos grupos do eixo de resistência, foi afirmada pelos participantes”, segundo a televisão estatal iraniana Irib.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Carta Capital e são de total responsabilidade do autor.
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