Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Impacto simulado da BR-319–7: conclusão

Impacto simulado da BR-319–7: conclusão


Por Jerfferson L. Santos, Aurora M. Yanai, Paulo M. L. A. Graça, Francis W. S. Correia e Philip M. Fearnside

Os resultados apresentados neste estudo refletem a contribuição das estradas para o avanço da fronteira agrícola no estado brasileiro do Amazonas, apesar das limitações dos modelos ambientais em representar a complexidade da dinâmica do desmatamento na Amazônia. Dadas as premissas do nosso modelo, concluímos que até 2100 a reconstrução da Rodovia BR-319 (BAU_2) aumentaria o desmatamento ao longo da rodovia (Regiões 3 e 4) e nas regiões com estradas diretamente conectadas à BR-319 (Regiões 5 e 7 ) em 60% em relação ao desmatamento no cenário projetado sem reconstrução (BAU_1).

Em relação às áreas protegidas (terras indígenas e unidades de conservação), apesar do desmatamento aumentar ao longo do tempo, essas áreas continuam a desempenhar um papel importante na proteção da floresta, cabendo ao governo aumentar a proteção, o monitoramento e a fiscalização, bem como quanto à criação de novas áreas, tendo em vista o avanço do desmatamento em florestas públicas não designadas. Diferentemente das áreas protegidas, os assentamentos não oferecem proteção ambiental, independentemente da sua modalidade, sendo responsabilidade do governo criar mecanismos de controle ambiental.

Os resultados mostram que a modelagem do desmatamento de um empreendimento rodoviário pode fazer parte dos processos de licenciamento ambiental e avaliação ambiental estratégica para a formulação e implementação de políticas, planos e programas de investimentos governamentais na região amazônica. Modelos desse tipo podem definir melhor a área de influência e expansão dos impactos socioambientais, bem como fornecer informações para medidas de mitigação e controle de impactos negativos e orientar a tomada de decisão sobre a implementação ou não de projetos de construção. [1]


A foto que abre este artigo mostra o mapa “Complexo Madeira”, que apresenta as principais rodoviais federais que ligam os Estados do AM, RO, AC, MT. A foto faz parte da série “Uma BR-319 no meio do caminho” (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real).



Notas

[1] Este texto é uma tradução parcial de: Santos, J.L., A.M. Yanai, P.M.L.A. Graça, F.W.S. Correia & P.M. Fearnside. 2023. Amazon deforestation: Simulated impact of Brazil’s proposed BR-319 highway project. Environmental Monitoring and Assessment 195(10): art. 1217.


Sobre os autores

Jerfferson Lobato dos Santos é aluno de doutorado no programa de pós-graduação em Clima e Ambiente de UEA e INPA, orientado por Francis Wagner Correia e Philip Martin Fearnside. Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2003), graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará (2004) e mestrado em Agricultura no Trópico Úmido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (2006). Atualmente é analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recusos Naturais Renováveis. Pesquisa interações clima-biosfera na Amazônia, com ênfase em modelagem do clima e do desmatamento.

Aurora Miho Yanai é pós-doutoranda no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) trabalhando com modelagem de desmatamento na região Trans-Purus. Ela tem mestrado e doutorado pelo Inpa em ciências de florestas tropicais e tem experiência na análise e modelagem de desmatamento no sul do Amazonas.

Paulo Maurício Lima de Alencastro Graça é doutor pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ele tem mestrado em ciências florestais pela Universidade de São Paulo, (USP-Esalq) e graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Ele é pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), atuando junto ao laboratório de agroecossistemas. Ele tem publicado artigos sobre mapeamento de exploração madeireira utilizando técnicas de sensoriamento remoto, modelagem espacial do uso da terra, impacto do desmatamento, e eficiência de queima de biomassa florestal, entre outros.

Francis Wagner Silva Correia possui graduação em Física pela Universidade Federal do Amazonas (1995), mestrado (2000) e doutorado (2005) em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Atualmente é professor Associado do Curso de Graduação em Meteorologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e professor e orientador no Programa de Pós-graduação em Clima e Ambiente – CLIAMB (Universidade do Estado do Amazonas – / Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Tem experiência na área de Geociências, atuando principalmente nos temas de Modelagem Climática e Hidrológica, Modelagem da Interação Superfície e Atmosfera, Modelagem do Uso e Cobertura da Terra.

Philip Martin Fearnside é doutor pelo Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Michigan (EUA) e pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus (AM), onde vive desde 1978. É membro da Academia Brasileira de Ciências. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), em 2007. Tem mais de 750 publicações científicas e mais de 700 textos de divulgação de sua autoria que estão disponíveis aqui.

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
Ver post do Autor

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn

Postes Recentes

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO

Redes Sociais: