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Com medidas de Lula, taxa anual do desmatamento na Amazônia cai 40%

Ilegalidade atingiu 93% do desmatamento registrado em 2023, diz MapBiomas

Em 2023, o perdeu 18.295 km² de vegetação nativa em todos os seus biomas. A cifra é equivalente a dois terços do território da Bélgica e representa uma queda de 11,6% em relação a 2022. Quase a totalidade do desmatamento registrado, no entanto, apresentou algum tipo de ilegalidade, mostra o Relatório Anual do Desmatamento (RAD), desenvolvido pelo MapBiomas e divulgado nesta terça-feira (28).

Do total desmatado no país em 2023, 85% ficou concentrado na Amazônia e Cerrado. Pela primeira vez desde o início das análises do MapBiomas Alerta, em 2019, porém, o Cerrado desbancou a Amazônia do topo do ranking.

No ano passado, 11.103 km² foram desmatados na savana brasileira, o que representou 61% da área total desmatada no país e um crescimento de 68% em relação ao ano anterior.

O bioma amazônico foi responsável por 25% do total desmatado, com 4.542 km², uma queda de 62,2% no desmatamento no bioma. Considerando todo o território da Amazônia Legal – que inclui grandes porções de cerrado – o desmatamento foi de 9.730 km².

Segundo Larissa Amorim, da equipe Amazônia do MapBiomas, a mudança no foco da destruição se deve a diferentes fatores, entre eles o esforço de fiscalização do desmatamento ilegal na Amazônia a partir do início de 2022.

“Agora precisamos ter esse esforço também no Cerrado, onde as áreas de remanescentes de vegetação nativa estão sendo desmatadas para expansão da agricultura. Precisamos de incentivos e politicas públicas e privadas que acabem com o desmatamento ilegal e desincentive o desmatamento legal no Cerrado, principalmente em áreas privadas”, disse a pesquisadora, a ((o))eco.

Segundo Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), organização que também faz parte do MapBiomas, o combate ao desmatamento no Cerrado exige uma abordagem multifacetada.

O primeiro passo é distinguir o claramente o que é legal e ilegal, para que as ações de fiscalização possam efetivamente inibir o desmatamento ilegal. No bioma, a cota de Reserva Legal é de apenas 20%, mas toda supressão vegetal precisa vir acompanhada de um plano de trabalho e de uma autorização do órgão ambiental fiscalizador, o que não vem acontecendo.

Cenário da produção no oeste baiano. Foto: Acervo ISPN/Thomas Bauer

Além disso, a pesquisadora do IPAM destaca que é preciso oferecer incentivos para o melhor aproveitamento das áreas já desmatadas, reduzindo, assim, a pressão sobre novas áreas e, consequentemente, o desmatamento legalizado.

“O aumento do desmatamento no Cerrado parece ser o resultado de uma percepção de que tudo pode ser legalizável no bioma. Temos que entender que não é porque a reserva legal é menor no Cerrado que todo o desmatamento vai ser legal. Na realidade, precisamos, sim, ter claramente o número da ilegalidade para que as ações de comando e controle possam ser efetivas, assim como as ações de desestímulo à abertura de novas áreas também”, diz Alencar.

Ilegalidade 

Segundo a análise do MapBiomas, mais de 93% da área desmatada no Brasil em 2023 teve pelo menos um indício de ilegalidade. No Cerrado, que assumiu a liderança do desmatamento no Brasil no ano passado, esse percentual foi ligeiramente menor, de 90,7%.

Foi dentro do deste bioma, no entanto, que as maiores áreas de Reserva Legal – porções de vegetação que, por lei, precisam ser protegidas dentro de uma propriedade privada – foram desmatadas: mais de 1.360 km², um aumento de 136%

Em todo o Brasil, nos último cinco anos, a área perdida dentro de Reservas Legais foi de 12 mil km², o que correspondeu a 14,2% de toda área desmatada no período (85,6 mil km²)

Velocidade do Desmatamento

Em todo o país, a expansão agrícola foi o principal vetor para a supressão de vegetação nativa. Segundo o RAD, a agropecuária respondeu por 97% de todo desmatamento nos últimos cinco anos.

E esse desmatamento aconteceu de forma rápida. Em 2023, a área média desmatada por dia foi de 50 km² – ou 2,28 km² por hora.

Somente no Cerrado, foram perdidos 30,4 km² por dia de vegetação. Já na Amazônia, foram perdidos 12,4 km² por dia, o que equivale a cerca de oito árvores por segundo.

Outro dado importante trazido pelo RAD 2023 é que, ao contrário dos outros anos analisados, em 2023 houve o predomínio de desmatamento em formações savânicas (54,8%), seguido de formações florestais (38,5%), que predominaram nos quatro primeiros anos do levantamento.

Recorte de cinco anos

A análise do MapBiomas também oferece um recorte maior de tempo, de cinco anos. Nesse período, a análise mostra que o país perdeu 85,6 mil km² de vegetação nativa, uma área maior do que os territórios da Bélgica e Dinamarca somados. Desse total, cerca de 96% possuía indícios de ilegalidade

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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