Foto: Reprodução/Livro “O Estado Independente do Acre”
José Plácido de Castro nasceu em 12 de dezembro de 1873, em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, e é lembrado como um dos principais heróis na história do Brasil, especialmente na luta pela integração do Acre ao território nacional. Sua trajetória é marcada por determinação e espírito de liderança.
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Aos 12 anos, após a morte de seu pai, Plácido já era responsável por sustentar sua mãe e seus seis irmãos. Com 16 anos, ingressou na carreira militar e rapidamente se destacou no 1º Regimento de Artilharia de Campanha, o ‘Boi de Botas’, em São Gabriel (RS).
Durante a Revolução Federalista, ele se alistou ao lado dos Maragatos, oposição ao governo de Floriano Peixoto, onde atingiu o posto de major. Embora tenha sido derrotado, Plácido recusou a anistia oferecida e optou por abandonar a carreira militar, em busca de novos horizontes.
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Sua jornada o levou ao Norte do Brasil e chegou ao Acre em 1899, em busca de novas oportunidades como agrimensor (profissional que se dedica à medição, demarcação e registro de áreas, sejam rurais ou urbanas, com o objetivo de garantir a precisão e legalidade das propriedades).
A região vivia um período tenso, com disputas territoriais envolvendo o Brasil, a Bolívia e os Estados Unidos, especialmente no contexto do ciclo da borracha.
Em 1899, moradores do Acre, liderados por Luis Gálvez Rodríguez de Arias, proclamaram o Estado Independente do Acre. A intervenção militar brasileira, seguida de uma tentativa fracassada de reconquista boliviana, criou um cenário de instabilidade que Plácido de Castro não ignorou.
Ao tomar conhecimento do acordo entre Bolívia e Estados Unidos para arrendar o Acre, Plácido se levantou contra o que considerava um perigo para a soberania nacional e iniciou uma revolução armada. Com o apoio de seringueiros e outros grupos locais, ele derrotou as forças bolivianas e proclamou pela terceira vez a independência do Acre. Sua luta culminou com a assinatura do Tratado de Petrópolis, em 1903, que garantiu ao Brasil a posse definitiva do território.
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Em 1906, Plácido de Castro foi nomeado governador do Acre, mas manteve-se discreto e rejeitou honrarias no Rio de Janeiro. No entanto, sua vida foi tragicamente interrompida em 1908, quando foi assassinado em uma emboscada aos 35 anos. O crime nunca foi esclarecido e, até hoje, sua morte permanece impune.

Apesar da perda precoce, o legado de Plácido de Castro não foi esquecido. Em 2004, mais de um século após sua morte, ele foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília, reconhecendo sua contribuição vital para a história nacional. Plácido também é homenageado como patrono do 4.º Batalhão de Infantaria de Selva e da Polícia Militar do Acre, além de dar nome a um município localizado no estado.
Sua vida foi retratada em diversas produções culturais, como a minissérie ‘Amazônia, de Galvez a Chico Mendes’, que destaca sua importância na formação do Acre como parte do Brasil. A memória de Plácido de Castro, simbolizando a luta pela soberania e pela justiça, continua viva em monumentos, como o busto erguido em Porto Alegre, e é motivo de orgulho para todos os brasileiros.
De acordo com o livro ‘O Estado Independente do Acre e J. Plácido de Castro: Excertos Históricos’, de Genesco de Castro, o legado de Plácido de Castro reflete a importância da coragem e da determinação em momentos de crise, sendo um exemplo perene de heroísmo nacional. Confira a obra na íntegra:
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