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História bate na porta - Amazônia Real

História bate na porta – Amazônia Real

A Amazônia é um dos centros da transição energética do planeta. No entanto, é personagem coadjuvante nessa transição, quando não inconsciente. Em 1973, marco de um novo tempo, com a elevação súbita e drástica do preço do petróleo, a região estava tão – ou mais – despreparada para tirar proveito dessa transformação como agora. Continua defasada no tempo e no tema. Um marco simbólico dessa condição foi a entrada de capital estrangeiro no melhor negócio que se podia ter.

Esse capital não chegou a 200 milhões de dólares, 10% do valor do empreendimento. Mas foi a maior aplicação de capital de risco estrangeiro no Brasil até então, na metade da década de 1980. Graças a essa opção, o Japão instalou no Pará uma fábrica de alumínio (o produto industrial que mais consome energia) que garantia, a 20 mil quilômetros de distância, 15% da sua demanda pelo metal, a um custo inferior ao que teria se essa fábrica ficasse no Japão.

Ao longo de mais de 20 anos, o Japão se contentou em produzir alumínio primário, sem avançar um passo no beneficiamento do produto, graças à sua participação de 49,9 de no capital da Albras. A outra metade a Vale passou em frente para a dinamarquesa Hydro. Graças a essa situação, a multinacional norueguesa passou a ser dona de todas as etapas de produção do alumínio, da mineração de bauxita ao metal, passando pela alumina.

Totalmente integrada, com a adição de várias medidas de economia, troca da base energética, como a substituição do carvão por gás natural, que a empresa transporta nos seus navios para a Noruega e outras partes do mundo. E se prepara para uma nova mudança, dispensando a energia de fonte hídrica, o que parecia impossível quando os mastodontes usinas hidrelétricas foram construídas na Amazônia.

Depois de termos visto, inertes, o imenso trem de Carajás passar e milhões de toneladas de grãos, que substituíram as matas de forma violenta, singrarem pela maior bacia de portentosos rios do planeta, vamos continuar a falar muito e fazer pouco nesse novo capítulo da história da energia mundial, no qual somos meros coadjuvantes. Amazônicos, mas não amazônidas.

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
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