Foto: Mário Vilela/Acervo Funai
Equipes técnicas da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) se reuniram no início de outubro para começar à implementação de um Grupo de Trabalho (GT) permanente com foco no aprimoramento do plano de ação e gestão de crise climática nas terras indígenas. O objetivo é utilizar o atual cenário, em que o Brasil enfrenta a pior seca em 75 anos, para diagnosticar e estruturar medidas mais eficazes de prevenção e combate aos efeitos das emergências climáticas nos territórios tradicionalmente ocupados.
A Funai e o MPI atuam para a proteção das terras indígenas para assegurar a autonomia dos povos e preservar o meio ambiente e as culturas e línguas indígenas. Por isso, o plano em elaboração será pautado no respeito aos direitos indígenas e nas diretrizes da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena (PNGATI).
Os povos indígenas representam 5% da população mundial e são responsáveis por proteger 80% da biodiversidade do planeta, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). O número mostra a harmonia que os indígenas têm com o meio ambiente, promovendo práticas sustentáveis que fazem das terras que tradicionalmente ocupam verdadeiras ilhas de vegetação nativa.
Com a criação do GT, Funai e MPI esperam envolver também outros órgãos e instituições técnico-científicas para trabalhar com informações mais precisas e garantir maior efetividade das ações de adaptação às mudanças climáticas, causadas pelo desmatamento florestal, queima de combustíveis fósseis, garimpo ilegal e outras ações que ameaçam o modo de vida sustentável dos povos indígenas.
De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), foram contabilizados 931 incêndios na Amazônia, Pantanal e Cerrado até 22 de setembro. Cerca de 79% desses incêndios foram extintos (479) ou controlados (261) com as ações do Governo Federal, que contam com mais de 3,5 mil profissionais e 29 aeronaves em operação.
*Com informações da Funai
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