Garimpeiros invadiram o município de Humaitá, a 590 km de Manaus, na última terça-feira (14), após uma operação da Polícia Federal em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) destruir dragas de garimpos que atuavam de forma ilegal na região, localizada no sul do Amazonas. De acordo com relatos de moradores, os garimpeiros ocuparam a orla da cidade e bloquearam o trecho da rodovia BR-230, conhecida como a Transamazônica, para tentar evitar a chegada de reforço policial e de impedir os militares do Corpo de Bombeiros de apagar o fogo, além de terem ameaçado invadir o prédio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o campus da Universidade Estadual do Amazonas (UEA). Os garimpeiros se manifestaram a favor da legalização da atividade. A interdição durou cerca de 17 horas, e teve fim apenas na manhã de quarta-feira (15).
A operação ocorreu na região do Rio Madeira, no qual foram encontradas 50 balsas e equipamentos utilizados para a dragagem de ouro. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que a Polícia Federal destrói algumas das balsas encontradas, além da movimentação dos garimpeiros em Humaitá. Dezenas de garimpeiros teriam invadido o município, colocaram fogo em pneus e ameaçaram invadir prédios públicos em retaliação a operação de combate ao garimpo ilegal na região.
Em solidariedade aos garimpeiros, a Prefeitura decidiu cancelar todas as comemorações alusivas ao 155º aniversário do município, que ocorreria nos dias 14 e 15 de maio. Em nota do cancelamento da festividade, a Prefeitura de Humaitá criticou a atuação da operação da PF, afirmando que cancelou as comemorações “em solidariedade às famílias diretamente atingidas”.
O prefeito de Humaitá, Dedei Lobo (União Brasil), foi filmado em conversa com os garimpeiros. “Estou cancelando todas as festividades, porque tenho responsabilidade com a minha população. Discordo dessa operação, porque parece carta marcada”, disse Dedei Lobo.
Não é a primeira vez que manifestações violentas ocorrem na região após a ocorrência de operação contra garimpo. Em outubro de 2017, prédios de órgãos públicos do governo estadual e federal foram incendiados por garimpeiros em retaliação a uma operação Ouro Fino, ocorrida em outubro daquele ano. Um ano depois, o então prefeito do município, Herivâneo Vieira de Oliveira (PROS), o vice, Rademacker Chaves (PSD), além de quatro vereadores da cidade, foram presos acusados de incentivar ou participar da destruição de bens da União.
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