Jasmim-manga. Foto: Clarissa Bacelar/Arquivo pessoal
Conhecida cientificamente como Plumeria rubra, as flores de jasmim-manga possuem diversas colorações que variam do branco ao rosa e um cheiro agradável, por isso ela é utilizada no meio cosmético para a fabricação de hidratantes e cremes corporais.
Mas além de perfumada, as flores de jasmim-manga são ricas em antocianinas, substância que dá cor à planta, e que representa uma ação antioxidante benéfica para os seres humanos.
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Típica da América Central, essa planta é encontrada em todo o Brasil. Resistindo ao frio da Região Sul e ao calor da Região Norte, ela é comumente utilizada na ornamentação de jardins, sendo conhecida popularmente como jasmim, jasmim-manga, frangipani, árvore-pagode, ou “ai Santo Antônio” (nome falado no Timor Leste).
De acordo com o artigo ‘Estudo fitoquímico, avaliação da atividade antioxidante e biológica da espécie jasmim (Plumeria rubra L.)‘, pesquisas revelam que os extratos da planta Plumeria rubra L. possuem algumas atividades biológicas importantes tais como antimicrobiana, anti-inflamatória, antioxidante, antitumoral, anticancerígena entre outros, porém ainda não há muitos estudos acerca das capacidades da planta.
“Mais estudos devem ser realizados na busca de atividade biológica, fitoquímicos, isolamento e demais atividades no futuro para o desenvolvimento de novos produtos na área farmacêutica, alimentícia entre outras aplicabilidades”, aponta Octavio Fernandes, autor do artigo.
Com aspecto exótico, a árvore de jasmim-manga possui em seu caule uma seiva leitosa considerada tóxica, não podendo ser ingerida. Já as folhas secas podem ser consumidas em chás e as flores podem ser empanadas e fritas, compor geleias e molhos doces e aromatizar carnes e peixes, além de servirem para a fabricação de hidratantes, devido a sua fragrância e coloração agradáveis.
De acordo como pesquisador e professor do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Valdelly Ferreira Kinupp, autor do livro ‘Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil’, não se recomenda, a priori, o consumo das flores de jasmim-manga cruas, pois ela é uma planta da famílias Apocinácea, podendo conter algumas propriedades tóxicas, como alcaloides.

“Não tem muita informação dos usos medicinais, mas é uma planta aromática que traz os benefícios da abrasibilidade. Pode fazer o chá, a infusão, a decocção, e esse chá pode ser até fermentado virando um refrigerante natural que a gente chama de frisante de flor de jasmim-manga. E a geleia dela é maravilhosa, que pode ser usado em recheio de bolo, de tortas, sobremesas em geral, sorvetes e outros produtos”, afirmou Kinupp.
Considerada uma pequena árvore, a frangipani é muito conhecida, pois com ela são confeccionados os famosos colares havaianos, denominados “hawaiian leis”: estes colares são presenteados em diversas ocasiões, como nascimento, aniversário, casamento, formatura e morte, e marcam cerimônias religiosas, políticas e pessoais, demonstrando carinho e boas-vindas. Tendo até um feriado nas terra havaianas: o Lei Day, ou Dia do Lei, comemorado no dia 1° de maio.
Percorrendo continentes, a Plumeria é considerada a flor nacional de Laos, país localizado no Sudeste asiático, e também é a Flor Símbolo de Palermo, na Itália.
“No México eles falam que é a árvore da imortalidade, porque ela mesmo cortada, como ela é uma Apocinácea – é uma suculenta, assim como a rosa do deserto – da mesma família – ela tem muita água, muito nutriente no caule, então mesmo os caules cortados e quando eles estão maduros e foram podados e jogados no chão por aí, eles continuam a florescer, então é uma árvore sobrevivente”, apontou Valdely Kinupp.
Segundo Sandra Zorat Cordeiro, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), a Plumeria rubra é usada na medicina Ayurveda, por ter inúmeras propriedades farmacológicas, sendo considerada bactericida, vermífuga, calmante, eficaz no tratamento de reumatismo, doenças venéreas, indigestão e insônia.
Há também uma questão mitológica, já que a planta é conhecida por sua eficaz ação abortiva, os colares de Plumeria jamais são oferecidos a mulheres grávidas, pois são considerados de mau agouro.
*Por Heloíse Bastos, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
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