O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), exonerou a secretária de Relações Internacionais, Marta Suplicy, após ela ter se reunido com o presidente Lula (PT) em Brasília e sinalizado que aceitou o convite para compor a chapa de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pelo comando da cidade em 2024.
Marta teria pedido a Nunes, segundo o UOL, que no ato de exoneração constasse o termo “a pedido” como justificativa da sua saída. O item faria com que, ao menos no papel, ela quem tivesse pedido demissão e não sido demitida. Nunes, no entanto, fez constar no Diário Oficial do município que a saída se deu ‘pela porta dos fundos’.
“RICARDO NUNES, Prefeito do Município de São Paulo, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei, RESOLVE: Exonerar a senhora MARTA TERESA SUPLICY […] do cargo de Secretária Municipal”, diz a portaria publicada nesta quarta-feira 10, no Diário Oficial.
A tendência, agora, é que Marta seja confirmada nos próximos dias como candidata a vice na chapa do deputado federal. Boulos, por enquanto, desconversou sobre a possibilidade e disse ‘dar tempo ao tempo’.
As especulações em torno de uma possível aliança ganharam tração em novembro, após a ex-senadora afirmar ter conversado com o presidente Lula (PT) sobre as eleições municipais. Desde então, aliados passaram a sondá-la sobre a possibilidade de um retorno ao PT e uma eventual dobradinha com Boulos.
Na segunda-feira 8, Lula e Marta se reuniram no Palácio do Planalto para discutir o tema.
Marta Suplicy está há quase uma década fora do PT, legenda na qual esteve por 33 anos. Em 2015, se filiou ao MDB, depois ao Solidariedade e desde 2020 está sem partido. Na última eleição municipal, fez campanha para Bruno Covas (PSDB).
Apesar dos rumores, Nunes tentava minimizar a possibilidade de que a até então aliada migrasse para a campanha adversária. Sem saber do encontro com Lula, o prefeito chegou a dizer na manhã de segunda-feira ter confiança em Marta. Nas suas palavras, ‘ela teria comunicado com antecedência’ se existisse algo concreto.
A declaração mostra, portanto, como Nunes foi surpreendido pelo movimento da sua ex-secretária. Nas redes, bolsonaristas de primeira hora, como o advogado de Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten, falam em traição. O episódio reacendeu apelos de extremistas para que Ricardo Salles (PL) seja o candidato da direita no próximo pleito.
A política com traições é vergonhosa e vexatória.
A política não perdoa traidores.
Não vale tudo por “negócios com o PT”.
Voltamos a falar nesse tema em novembro. pic.twitter.com/feV0RbsmmH— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) January 9, 2024
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