Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
A_déli_pajzs_a_keresztezőkamrában.jpg

Eurotúnel: há 30 anos, uma das maiores façanhas da engenharia era inaugurada no Canal da Mancha

O dia 6 de maio de 2024 marca o aniversário de 30 anos da abertura do túnel do Canal da Mancha. Ele se tornou a primeira ligação fixa da Grã-Bretanha ao continente europeu desde o desaparecimento da ponte de terra que ligava o Canal da Mancha ao continente, o que deve ter ocorrido há cerca de 450 mil anos.

A construção do túnel ferroviário submarino – que tem cerca de 50,46 quilômetros e conecta Folkestone, na Inglaterra, com Coquelles, na França, no Estreito de Dover – foi motivo de muito comemoração em toda a Europa, pois se acreditou que ele celebraria o início de novas possibilidades tanto ao comércio quanto para o turismo entre os países. Mas, 30 anos depois, o fato é que nem todos esses sonhos se concretizaram.

A construção do Eurotúnel

Os mineiros Graham Fagg e Phillippe Cozette se encontram no túnel. (Fonte: Reddit / Reprodução)

A construção do túnel do Canal da Mancha se iniciou em 1988, quando 13.000 trabalhadores começaram a escavar o espaço para dois túneis ferroviários submarinos, com o uso de 11 perfuradoras. Em 1989, o governo britânico faz a proposta para que a nova linha, que teria trens de alta velocidade, passe também por Peckham. Embora tenha ocorrido muito alvoroço, o plano foi rejeitado e os dois túneis deveriam passar por Stratford.

Um momento marcante dessa história compartilhada entre Reino Unido e França ocorreu em 1990, quando um inglês e um francês, os mineiros Graham Fagg e Phillippe Cozette, se encontraram bem na metade do túnel e trocaram bandeiras de seus países, realizando um ato simbólico.

Por fim, em 6 de maio de 1994, a Rainha Elizabeth II e o presidente francês François Mitterrand embarcaram juntos em um Rolls-Royce em Calais, de onde seguiram a bordo do Le Shuttle, até Folkestone, inaugurando oficialmente o túnel.

O que ocorreu desde então?

1123px-TGV_TMST_3011-2_-_Sortie_Tunnel_sous_la_Manche_à_Coquelles.jpg
O Eurotúnel na cidade de Coquelles, na costa da França. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Havia muita expectativa sobre as relações que seriam consolidadas entre o Reino Unido e os seus vizinhos europeus, como a expectativa que, com os novos serviços ferroviários administrados pela Eurostar, cairia muito a quantidade de voos entre Londres, Bruxelas e Paris. Além disso, esperava-se que os caminhões e ferry boats praticamente deixassem de existir e que toneladas de mercadorias passassem a ser transportadas por trem.

Boa parte desses planos não se concretizou. Com a privatização ferroviária e a inauguração de companhias aéreas de baixo custo, os trens Nightstar, por exemplo, acabaram sendo vendidos para o Canadá. Já o número de comboios de mercadorias transportados pelo túnel não aumentou tanto quanto se esperava, sobretudo por questões de segurança. 

O número de passageiros também não chegou ao que se estimava. A expectativa é que se tivesse cerca de 20 milhões de passageiros circulando no Eurotúnel. Mas, até a pandemia de Covid, esse número não havia chegado pela metade. Além disso, as balsas e os voos sobreviveram.

Por que não deu tão certo?

Alguns especialistas atribuem a Margareth Thatcher a falta de sucesso do túnel. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)
Alguns especialistas atribuem a Margareth Thatcher a falta de sucesso do túnel. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)

Analistas consideram que essas falhas se ligam à própria história do túnel e como ela se desenrolou. A primeira-ministra Margaret Thatcher apoiava a ideia de que o Eurotúnel impulsionaria um novo mercado, mas que isso deveria ser feito pelo setor privado, e não público. Por consequência, isso acabou elevando o valor das passagens – o Eurostar, por exemplo, cobra cerca de £ 14 por passageiro em cada sentido. 

Outra questão é a legislação de segurança na construção do túnel, que foi cara demais, por conta da existência de um terceiro túnel estabelecido entre os dois principais, mas que só é usado em casos de emergência. Além disso, o Eurotúnel passou a também ser visto como alvo para terroristas, intensificando a necessidade de verificações de segurança.

Por fim, há quem considere que o Brexit como o maior sinal do fracasso do túnel, já que a visão é que ele consolidaria e aproximaria os laços entre a Grã-Bretanha e a Europa. Isso significaria, por exemplo, grupos maiores de passageiros que viajariam diariamente de um país para o outro. O Brexit, contudo, pareceu enterrar de vez esse sonho, já que as burocracias causadas por ele afastaram ainda mais o Reino Unido de outras nações.

Entretanto, há ainda esperanças de crescimento para o Eurotúnel nos próximos anos. Atualmente, os ônibus LeShuttle transportam em média 10 milhões de passageiros por ano e o Eurostar transporta mais de 11 milhões de pessoas.

A empresa Getlink, empresa pública europeia com sede em Paris que administra e opera a infraestrutura do Túnel da Mancha, nutre a expectativa de que o Eurotúnel acelere a mobilidade de baixo carbono entre o Reino Unido e a Europa, com a ampliação de novos destinos nos próximos 10 anos. Agora, é esperar para ver e que a Europa fique ainda mais unificada.

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Mega Curioso e são de total responsabilidade do autor.
Ver post do Autor

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn

Postes Recentes

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO

Redes Sociais: