Os Estados Unidos apoiam o “processo democrático” na Venezuela apesar das “transgressões” do governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que dá passos “na direção equivocada”, afirmou nesta quinta-feira 7 o subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols.
O governo do presidente americano, Joe Biden, suspendeu parcialmente, no ano passado, algumas das sanções impostas a Caracas em resposta a um acordo alcançado em outubro com a oposição.
Esse acordo buscava vários objetivos: a libertação de alguns americanos encarcerados e de presos políticos venezuelanos, estipular uma data para as eleições presidenciais e o levantamento da inabilitação de todos os candidatos às eleições.
“Na Venezuela, assumimos um risco calculado” acerca da “probabilidade de que os herdeiros do legado de Hugo Chávez permitiram uma eleição na qual não controlassem o resultado”, disse Nichols em um evento organizado pela organização empresarial americana American Society – Council of The Americas (AS/COA).
“Finalmente chegamos à conclusão de que o status quo era ruim para os Estados Unidos, bom para nossos adversários e não faria avançar a causa da democracia”, acrescentou.
Nichols enfatizou que “a negativa” de Maduro a restabelecer os direitos políticos de candidatos, como María Corina Machado, “e o assédio e encarceramento” de muitos dos partidários da opositora “foram passos na direção equivocada”.
Mas, “apesar destas recentes transgressões, seguimos comprometidos a apoiar o processo democrático na Venezuela”, ressaltou o alto funcionário do Departamento de Estado.
Recentemente, o governo Biden advertiu Caracas de que, se não “mudasse de rumo”, recolocaria as sanções sobre o setor de petróleo e gás em abril, como já fez em janeiro com a mineradora estatal de extração de ouro venezuelana.
Embora já haja uma data para as eleições, Washington está preocupado.
“Os prazos são apertados e não queremos pré-julgar como serão as coisas, mas a direção do percurso é profundamente preocupante”, disse Nichols, que espera trabalhar com os “atores democráticos na Venezuela” e os aliados na região para decidir como respondem “a um país que não respeita as normas democráticas”.
(Com informações da AFP).
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