O acesso à energia, embora seja considerado um serviço social básico, ainda é apenas um sonho para uma parcela significativa da população amazônida, sobretudo para os habitantes de regiões rurais e isoladas que também sofrem com escoamento da produção, muitas vezes, imposto por pontes de madeira, que, apesar de essenciais para locomoção, frequentemente representam riscos para os moradores, pois, com a ação do tempo, tendem a sofrer deterioração progressiva.
Pensando nesses dois problemas, a bolsista CNPq Vitória Barbosa Portilho, com orientação do professor André Luiz Amarante Mesquita do Núcleo de Desenvolvimento Amazônico em Engenharia (NDAE/UFPA), desenvolveu a pesquisa ‘Análise de CGHs integradas a pontes-barragens em concreto para substituição de pequenas pontes de madeiras na Amazônia rural’.
O estudo propõe a utilização de Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) integradas a pontes-barragens em concreto como forma de atender à demanda energética da Amazônia rural associada à maior facilidade no escoamento da produção de alimentos e à mobilidade. A pesquisa considera que a abordagem permitiria geração de energia com o fluxo dos rios, enquanto as pontes-barragens em concreto ofereceriam uma infraestrutura mais durável e segura em comparação com as pontes de madeira.
Para Vitória, a energia produzida traria diversos benefícios para a comunidade.
“A partir da energia gerada no local, seria possível minimizar perdas de distribuição. Além do mais, a implantação do projeto traria maior geração de empregos e independência energética local”.
Pequenas Centrais Hidrelétricas impulsionam o desenvolvimento sustentável
A autonomia elétrica desempenha um papel fundamental no desenvolvimento econômico das comunidades rurais. Além de contribuir para impulsionar economicamente a região, também promove maior qualidade de vida, oportunidades de emprego e acesso a serviços básicos. “O projeto a ser executado, mesmo sendo um pequeno aproveitamento energético, é capaz de suprir as demandas locais e de algumas residências da comunidade. Além do mais, com as pontes-barragens em concreto com a instalação de CGHs, é possível recuperar a energia potencial de um pequeno rio para atender a uma demanda que é onerosa para o empreendimento”, afirma Vitória Portilho.
A pesquisa consiste em estabelecer um método que permita a substituição de pontes de madeira por estruturas de concreto, incorporando uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH). A metodologia foi criada por um conjunto de pesquisadores da UFPA, por meio de uma parceria entre os professores André Mesquita (NDAE/UFPA) e Claudio Blanco (FAESA/UFPA/Belém) e adaptada por Vitória. A expectativa é que a produção seja capaz de gerar, além de energia, maior segurança de escoamento de produtos de pequenas comunidades rurais da Amazônia.
Sobre a pesquisadora
Sobre a pesquisa
*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal Beira do Rio, edição 169, da UFPA, escrito por Evelyn Ludovina
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