Foto: Emily Costa/g1 Rondônia
Na cultura do povo indígena Paiter Suruí, o primeiro ciclo menstrual de uma jovem marca o momento de passagem para a vida adulta. Na Terra Indígena (TI) Sete de Setembro, em Cacoal (RO), o ritual chamado de “resguardo cultural” ocorre em uma maloca, durante um mês. Lá, elas aprendem várias atividades importantes para a vida adulta, mas principalmente o artesanato.
Os Suruí de Rondônia se autodenominam Paiter, que significa “gente de verdade, nós mesmos”. Eles falam uma língua que pertence ao grupo Tupi, da família Mondé, e vivem na TI Sete de Setembro, localizada no sudeste de Rondônia e noroeste do Mato Grosso.
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Kailane Suruí tem 13 anos e conta que antes da primeira menstruação, as jovens só podem fazer canecas de barro e não tem permissão para confeccionar outros tipos de artesanato.
No momento do primeiro ciclo menstrual, as jovens Suruí ficam em uma maloca (tradicional habitação indígena) sob os cuidados da mãe. Durante o ‘resguardo cultural’, elas aprendem novos comportamentos, formas de alimentação, educação, conselhos e serão capacitadas para se tornarem artesãs.
Na cultura Paiter Suruí, esse é um dos rituais mais importantes na vida de uma mulher indígena. É nesse ‘processo de purificação espiritual’ que ela se prepara para assumir as responsabilidades dessa nova fase.
Após esse processo de mudança, a indígena passa a auxiliar as outras mulheres da aldeia na confecção e venda de artesanatos. Além de garantirem uma forma de renda.
Canecas e cuias de argila, brincos e colares de tucumã, e cordão de algodão, são alguns dos artesanatos confeccionados pelas mulheres Suruí. Os produtos são feitos manualmente com matérias-primas extraídas dentro da Terra Indígena (TI). Isso porque, o modo de vida tradicional desta etnia está ligado ao uso dos recursos da floresta e às atividades extrativistas, ou seja: os frutos produzidos dentro da TI, além de gerarem renda, também contribuem para alimentação e manutenção da forma de vida desses povos.
Já os cascos e partes de árvores se tornam matérias-primas para a confecção de peças e acessórios exclusivos da cultura Suruí. A venda é feita na aldeia e os maiores compradores são pessoas que visitam e se hospedam na Yabnaby (agência de etnoturismo que fica dentro da TI).
Além disso, eles possuem diferentes modelos de cocar tradicional da etnia: cada formato é feito para ocasiões e indivíduos específicos, como líderes e jovens. Já em relação a esse tipo de artesanato, somente o indígena mais antigo da aldeia tem permissão para confeccioná-lo.
*Por Emily Costa, da Rede Amazônica RO
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
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