Ebrahim Raisi e outros 6 políticos que morreram em acidentes aéreos

O mundo acordou com a notícia da morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, aos 63 anos. Ele faleceu após a queda do helicóptero em que viajava no domingo, dia 19 de maio, acompanhado de sua comitiva.

A aeronave transportava o grupo de volta ao país depois de uma visita à fronteira com o Azerbaijão. Raisi era visto como possível sucessor do aiatolá Ali Khamenei na República Islâmica. Sua morte se junta à de vários políticos pelo mundo que também faleceram em acidentes aéreos – incluindo aqui no Brasil.

1. Ulysses Guimarães (1992)

O dia de 12 de outubro de 1992 foi trágico para os brasileiros: nessa data, desaparecia o deputado federal Ulysses Silveira Guimarães, um dos políticos mais importantes da história recente do Brasil. Eleito 11 vezes consecutivas como deputado, o “Senhor Democracia” liderou a campanha das Diretas Já e presidiu os trabalhos no Congresso que resultaram na elaboração da Constituição.

Ulysses viajava de helicóptero e ia de Angra dos Reis para São Paulo. Junto dele na aeronave, estavam sua esposa, dona Mora, o ex-senador Severo Gomes e a mulher, Henriqueta, além do piloto Jorge Comemorato.  

Nos dias seguintes à queda, as buscas na região levaram à identificação dos corpos de quatro vítimas, mas o corpo de Ulysses Guimarães nunca foi encontrado.

2. Sebastián Piñera (2024)

Sebastián Piñera, que foi presidente do Chile em duas ocasiões (entre 2010 e 2014 e entre 2018 e 2022), morreu este ano ao se afogar depois que o seu helicóptero caiu em um lago, no sul do país.

Ele tinha 74 anos e estava pilotando a aeronave, que sobrevoava o Lago Ranco, a cerca de 900 quilômetros da capital Santiago. Havia quatro pessoas a bordo, e três delas sobreviveram ao acidente.

3. Abdul Salam Arif (1966)

Abdul Salam Arif foi o segundo presidente do Iraque e governou entre 1963 e 1966. Teve um papel crucial durante a revolução de 1958 que levou à queda da monarquia no país.

Contudo, em 13 de abril de 1966, Arif morreu depois que seu avião da Força Aérea Iraquiana, um De Havilland DH.104 Dove, caiu perto de Basra. Muitos levantaram a acusação de que ele teria sido vítima de um ato de sabotagem. Após sua morte, seu irmão Abdul Rahman Arif o substituiu como chefe de Estado.

4. Eduardo Campos (2014)

Eduardo Henrique Accioly Campos foi governador de Pernambuco por dois mandatos, presidente do Partido Socialista Brasileiro e candidato à Presidência da República nas eleições presidenciais de 2014. Enquanto fazia campanha ao cargo, ele sofreu um acidente aéreo perto de Santos, em São Paulo.

O avião em que estava, junto de outras seis pessoas, havia decolado no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e voava com destino ao aeroporto de Guarujá. De acordo com a Aeronáutica, enquanto se preparava para o pouso, a aeronave arremeteu por conta do mau tempo.

5. Dag Hammarskjöld (1961)

O sueco Dag Hammarskjöld foi Secretário-Geral das Nações Unidas de 1953 até a sua morte em 1961. Com forte influência na política mundial, Hammarskjöld foi chamado de “o maior estadista do nosso século” por John F. Kennedy. Isso porque, no auge da Guerra Fria, ele despontou como uma liderança da ONU que era bem-vista tanto pelos Estados Unidos quanto pela União Soviética.

Ele desempenhou um papel fundamental como mediador entre Israel e os Estados Árabes, entre a China e os Estados Unidos, e como força para a descolonização africana. Ao atuar na crise do Congo, o avião que o transportava para uma negociação de cessar-fogo caiu na Rodésia do Norte (atual Zâmbia). Até hoje há diferentes versões sobre o que teria levado à queda da aeronave.

6. Juvenal Habyarimana (1994)

O presidente de Ruanda Juvenal Habyarimana foi morto quando o avião em que estava foi abatido no ano de 1994, em um evento que foi considerado o início do genocídio que ocorreu no país.

Habyarimana, que era visto como um ditador, havia assinado um acordo de paz com os rebeldes tutsis (ele era pertencente à maioria hutu). De acordo com uma investigação realizada pelo governo francês e que vazou para a imprensa, os tutsis teriam disparados mísseis em direção à aeronave onde estava o presidente.

Toda a investigação gerou uma grande crise entre a França e Ruanda. Em 2016, os juízes franceses abandonaram o processo.