Cali (Colômbia) – Doações anunciadas na COP16 mantêm distantes as metas de financiamento da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB).
O prometido ontem (28) por Áustria, Dinamarca, França, Alemanha, Nova Zelândia, Noruega, Reino Unido e Canadá soma o equivalente a US$ 163 milhões.
Com outros US$ 244 milhões antes destinados por países como Japão, Espanha e Luxemburgo, um fundo de conservação criado na COP15, em 2022, no Canadá, acumula US$ 407 milhões.
“Precisamos que o fundo seja capitalizado para permitir que os recursos fluam com urgência para a implantação nos países da estratégia global de conservação”, destacou Astrid Schomaker, secretária-executiva da CDB.
O total segue longe da meta de US$ 25 bilhões por ano revertidos ao fundo, de 2022 a 2025, e de US$ 30 bilhões anuais, até 2030. A captação esperada é de US$ 200 bilhões, ou por volta de R$ 1,1 trilhão até o fim da década.
“As promessas financeiras foram bem-vindas, mas são pequenas. Para atingir os US$ 25 bilhões, precisamos dobrar o valor prometido hoje por meio de acordos bilaterais ou mecanismos globais, todos os meses até 2025”, pediu Alice Jay, da ong Campaign for Nature, numa coletiva de imprensa, em Cali.
Sem isso, a biodiversidade mundial corre ainda maior risco de seguir encolhendo vertiginosamente.
A atualização da lista mundial de espécies ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) indica que mais de uma em cada três (38%) espécies mundiais de árvores corre risco de sumir do mapa.
É a primeira vez que a maioria da variedade de árvores está na lista vermelha. Na ponta do lápis, são ao menos 16.425 de 47.282 espécies avaliadas em risco de extinção, em 192 países no mundo todo.
Quando comparado com animais e outros seres, o cenário não é menos grave. O número de espécies de árvores ameaçadas é hoje mais do que o dobro do número de espécies de aves, mamíferos, répteis e anfíbios ameaçados juntos.
“É um quadro chocante. As árvores são aliadas inestimáveis no combate às mudanças climáticas e uma base fundamental de nosso mundo natural”, disse Fran Price, líder de Práticas Florestais da Rede WWF.
“Os esforços atuais não estão sendo suficientes para proteger esses ativos naturais vitais. É hora de tomar medidas mais fortes contra a extração e o comércio ilegais de madeira e promulgar leis mais rigorosas que protejam nossas árvores”, ressaltou.
*Com informações do GEF e da Rede WWF
O repórter viajou a convite do IPAM.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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