O direito do povo palestino a construir seu próprio Estado “deve ser reconhecido por todos”, disse, neste sábado (20), o secretário-geral da ONU, António Guterres, na cúpula do Movimento de Países Não Alinhados, realizada em Uganda.
“A negativa em aceitar uma solução de dois Estados para israelenses e palestinos, e a negação do direito do povo palestino a ter um Estado são inaceitáveis”, insistiu o chefe da ONU.
Esta postura “prolongaria indefinidamente um conflito que se tornou uma grave ameaça para a paz e a segurança mundiais, exacerbaria a polarização e incentivaria os extremistas em todo o mundo”, advertiu Guterres.
“O direito do povo palestino a construir seu próprio Estado deve ser reconhecido por todos”, acrescentou.
A guerra em Gaza teve início após o sangrento ataque do Hamas em 7 de outubro, em Israel, que deixou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre que matou quase 25.000 pessoas na Faixa de Gaza, na maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa o território palestino.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) denunciou as “condições de vida desumanas” no pequeno território, onde grande parte dos 2,4 milhões de habitantes foram deslocados pelo conflito.
Na segunda-feira, Guterres pediu um cessar-fogo humanitário em Gaza.
Os Estados Unidos, país que é o principal aliado de Israel, a quem dá apoio estratégico em sua guerra contra o Hamas, também demonstrou recentemente ser favorável à criação de um Estado palestino.
No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou nos últimos dias sua oposição à criação de um Estado palestino viável, suscitando críticas de seu aliado americano.
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