Na luta contra a violência de gênero e raça no ambiente digital, a Rede Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação (Rede JP) lança, no dia 28 de agosto, a Rede de Proteção Digital para Comunicadoras Negras (REPCONE), a primeira iniciativa na América Latina a unir cibersegurança, acolhimento e proteção jurídica para jornalistas e comunicadoras negras, indígenas e quilombolas. Na imagem acima, os convidados da live de lançamento do REPCONE (da esquerda para direita): Luciana Barreto; Angela Chukunzira; Kátia Brasil; Sofía Carillo e Wesley Santana.
Segundo dados da UNESCO do InternetLab, nove em cada dez jornalistas mulheres no Brasil já sofreram assédio online, e mais da metade recebeu ameaças diretas à integridade física. Na América Latina, mais de 15 mil comunicadoras foram alvo de ataques mediados por tecnologia. A violência digital, que tem afetado cada vez mais comunicadoras, direciona-se principalmente às mulheres negras.
O Brasil até avançou no ranking de segurança para jornalistas em 2024, mas ainda está entre os países que mais registram ataques virtuais. Na luta contra a violência de gênero e raça no ambiente digital, a Rede Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação (Rede JP) lança, no dia 28 de agosto, às 19h, com transmissão ao vivo pelo YouTube e Instagram, a Rede de Proteção Digital para Comunicadoras Negras (REPCONE), a primeira iniciativa na América Latina a unir cibersegurança, acolhimento e proteção jurídica para jornalistas e comunicadoras negras, indígenas e quilombolas.
O que é o REPCONE
Ação elaborada pela Rede JP em parceria com a Mozilla Foundation e o instituto Elas, a REPCONE será lançada neste evento, com transmissão ao vivo via Zoom e que marca o nascimento da Rede, além de um espaço de fortalecimento negro feminino na comunicação, promoverá uma série de ações, campanhas de conscientização e articulação para fortalecer redes de proteção digital para comunicadoras negras na América Latina.
Para o próximo mês, o REPCONE dará início a um curso, que contará com a participação de profissionais nacionais e internacionais, dedicado a cybersegurança, acolhimento psicossocial e articulação entre profissionais negras no jornalismo. Todos os detalhes serão apresentados no dia da live de lançamento, junto a abertura das inscrições.
“Proteger essas mulheres é proteger narrativas que sustentam a democracia e a pluralidade de vozes. A violência digital não silencia apenas indivíduos, mas comunidades inteiras”, afirma Marcelle Chagas, coordenadora geral da Rede JP, Mozilla Fellow e idealizadora da REPCONE, sobre a importância da proteção feminina no campo jornalístico.
Live de Lançamento
A live de lançamento vai reunir especialistas, jornalistas e defensoras de direitos humanos do Brasil, Peru e Argentina, para debater os desafios e soluções diante do avanço da violência digital contra mulheres e grupos racializados. A mesa contará com nomes como Luciana Barreto (TV Brasil), Angela Chukunzira (Quênia/Mozilla Foundation), Sofía Carrillo (Peru/Red de Periodistas Afrolatinos), Kátia Brasil (editora executiva da agência Amazônia Real) e Wesley Santana (OAB Sergipe/Associação Nacional de Advocacia Negra).
“Nos relatos que recebemos, a palavra que mais se repete é ‘solidão’. Muitas comunicadoras enfrentam ataques sozinhas, sem saber a quem recorrer, e entre mulheres negras, indígenas e quilombolas, essa vulnerabilidade é ainda maior, marcada pela intersecção entre racismo, machismo e desigualdade digital. O REPCONE nasce para mudar essa realidade, oferecendo formação, resposta coletiva e, sobretudo, uma rede de confiança que garante que nenhuma voz estará sozinha”, comenta Marcelle sobre o impulso da proposta.
“Estudos também mostram que essas mulheres terminam abandonando o debate público, participando menos ou se retirando de intercâmbios nas redes sociais em uma tentativa de preservar sua saúde mental e atividades profissionais”, complementa Denise Mota, coordenadora de projetos da Rede JP na América Latina e da Red de Periodistas Afrolatinos.
Atuação e detalhes gerais do REPCONE: do curso à plataforma online.
O acesso ao REPCONE será totalmente gratuito. Na live de lançamento, será aberto um programa de capacitação com 50 vagas para comunicadoras de toda a América Latina. Corrente entre os meses de setembro e outubro, ele produzirá treinamento especializado em quatro eixos: cibersegurança, fornecimento de materiais educativos, oferecimento de orientação psicossocial e formas de apoio jurídico.
Além de oferecer esses suportes, a iniciativa também marcará o início de uma campanha de sensibilização nas redes sociais, com o objetivo de dar visibilidade ao tema e fortalecer a cultura de proteção digital entre comunicadoras e estará reunida na plataforma de perfis digitais de comunicadoras dentro do site da Rede, o ComuniHub, que ganhará lançamento no próximo mês.
A importância do combate
Estudos mostram que a violência digital contra mulheres negras não é aleatória, mas que se utiliza de estereótipos racistas e sexistas para tentar silenciar e deslegitimar com discursos de ódio, ameaças de violência física e sexual, exposição de dados pessoais e ataques que buscam minar a credibilidade profissional, questionando a competência e a seriedade do trabalho.
Além do Brasil, a violência contra mulheres no jornalismo é pauta latina e global. Pesquisa do Fórum de Jornalismo Argentino (FOPEA). Tais iniciativas reforçam a urgência e necessidade de não apenas a criação de uma rede protetora, mas sim a fonte de inspiração para que outras mulheres sigam nesta batalha.
O que é?
Live de Lançamento do REPCONE – Rede de Proteção Digital Para Comunicadoras Negras/Lanzamiento en Vivo de REPCONE – Red de Protección Digital de Comunicadoras Negras.
Participe da live de lançamento da Rede de Proteção Digital para Comunicadoras Negras (REPCONE) — a primeira iniciativa da América Latina a integrar cibersegurança, acolhimento e proteção jurídica voltada a jornalistas e comunicadoras negras, indígenas e quilombolas.
Data: 28 de agosto de 2025.
Horário: 19h (horário de Brasília, Brasil).
Local: Online, via Zoom (faça a inscrição neste link e receba por e-mail a confirmação).
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
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