As autoridades dos Estados Unidos estão se preparando para enfrentar uma tempestade de poeira na próxima semana. Segundo pesquisadores, uma grande massa de ar seco e empoeirado deve atingir a costa do país após viajar pelo Atlântico a partir do deserto do Saara, em uma impressionante viagem de 8 mil km.
Mas como isso é possível? Tudo se resume às mudanças sazonais no vento, o que faz com que essas viagens a longa distância não seja exatamente um evento incomum. Na realidade, a poeira do Saara faz essa mesma viagem todo verão.
Poeira pelos ares
Um aumento nos ventos do Saara, sobretudo com pico no final de junho e meados de agosto, faz com que a poeira seja injetada na troposfera — a camada mais baixa da atmosfera do planeta. Lá, ela forma a Camada de Ar Saariana, uma pluma de ar extremamente seco e empoeirado de 3 a 4 km de espessura, que se forma a partir de 1,6 km acima da superfície.
Essa camada de ar do Saara tem cerca de 50% menos umidade do que normalmente se espera na atmosfera de regiões tropicais. Por conta disso, a cada três a cinco dias, os ventos predominantes permanentes de leste a oeste do Equador sopram a camada através do Oceano Atlântico em direção aos EUA. Ao chegar no país, toda essa poeira pode causar diversos impactos.
Uma das principais formas pelas quais a camada de ar do Saara pode deixar sua marca é no clima. De acordo com pesquisadores, esse ar seco pode suprimir as nuvens da tarde a ajudar a esfriar a temperatura. Ele também pode ajudar a enfraquecer tempestades tropicais, promovendo correntes descendentes. Isso também pode provocar alguns dos dias mais quentes do ano, quando essas explosões de poeira ocorrem em lugares como os estados do Texas e do Alabama.
Problemas de saúde
De acordo com as autoridades americanas, as tempestades de areia e poeira podem gerar alguns problemas de saúde. Quando elas atingem altitudes baixas o suficiente, a presença da poeira diminui a qualidade do ar e pode piorar as condições pulmonares e problemas respiratórios, como a asma. E para piorar a situação, esses eventos têm se tornado mais frequentes.
De acordo com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), cerca de 2 bilhões de toneladas de areia e poeira acabam na atmosfera a cada ano. Acredita-se que cerca de 25% dessa matéria seja proveniente da atividade humana.
Por isso, foi criado um dia de conscientização anual em 12 de julho. Essa é uma data que marca o lançamento de um guia de políticas que visa ajudar os governos a se adaptarem aos problemas das tempestades de areia para o futuro. Assim, a expectativa é que tais medidas possam aumentar a segurança alimentar e desenvolver resiliência às mudanças climáticas.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Mega Curioso e são de total responsabilidade do autor.
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