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Carajás era do Japão, agora é da China

Carajás era do Japão, agora é da China


A Vale já vendeu mais de 3 bilhões de toneladas de minério de ferro para as siderúrgicas chinesas. Hoje, o preço da tonelada varia entre 104 e 109 dólares. Para facilitar, multiplicando por 100, dá US$ 300 bilhões, que, convertido para a moeda nacional, resulta em quase 2 trilhões de reais. Atenção: essa conta diz respeito exclusivamente às vendas para a China. Sem esquecer que no início das exportações, o maior cliente era o Japão (até o nome do hospital de Carajás, Nossa Senhora de Nazaré, foi mudado para Yutaka Takeda, principal executivo da Mitsui). A que número estratosférico chega o comércio total de minério de ferro de Carajás?

Considerando-se como referência 40 anos de exportação, a partir do ingresso de Carajás em produção, e que pelo menos metade da exportação feita pela Vale vem da província mineral localizada no Pará, a exploração das suas minas gerou em torno de um trilhão de reais. Quanto dessa fortuna ficou realmente no Pará. Qual o total do faturamento dos chineses ao transformar a matéria prima em produtos de maior valor agregado, agora incluindo trens elétricos?

As informações foram fornecidas por Alexandre D’Ambrosio, vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da mineradora. Ele ressalta que a Vale foi a primeira companhia do mundo a exportar minério de ferro para a China”, em 1973, diz ele. Só dois meses depois chegou a australiana Hamersley, controlada pela Rio Tinto, ainda hoje concorrente no mercado chinês.

Mas o crescimento acelerado das exportações de minério de ferro só aconteceu depois da visita do primeiro-ministro chinês Zhao Ziyang à unidade da Vale em Carajás. Para a China vão 60% da produção de minério de ferro.

O ex-embaixador da China no , Chen Duqing, que participou diretamente das negociações que estabeleceu as relações entre os dois países, declarou que a Vale é como “a âncora das relações do Brasil com a China”.

O embaixador Marcos Azambuja, também envolvido no comércio sino-brasileiras durante os anos 1980, ressaltou o protagonismo do engenheiro Elieazer Batista, que presidiu a Vale duas vezes, de 1961 a 1964 e de 1979 a 1986.

“A primeira pessoa que eu creio ter contribuído muito para essa visão nossa da China foi o Eliezer”, atestou o diplomata. Eliezer, que morreu em 2018, aos 94 anos, encontrou na Ásia “o seu espaço natural de exploração”. A indica que foi justamente o contrário.


A fotografia que abre este artigo é de autoria de Alberto César Araújo e mostra caminhão da Vale com minério na Serra de Carajás, em Marabá, PA.


As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
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