Acusado de usar funcionários armados para invadir propriedades rurais na divisa de Goiás com a Bahia, o empresário gaúcho Nestor Hermes recebeu, na última sexta-feira 29, o título de cidadão baiano da Assembleia Legislativa do estado. A honraria foi proposta pelo deputado Manuel Rocha (União Brasil).
Na justificativa, o parlamentar sustenta a “atuação destacada” do ruralista no agronegócio baiano e afirma que ele é “responsável pela geração de milhares de empregos diretos e indiretos, contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento e crescimento econômico” do estado.
Hermes e sua empresa já foram autuados em mais de 1 milhão de reais pelo Ibama por desmatamento e extração de areia ilegal.
Ele também chegou a aparecer na “lista suja” de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, em 2012 – no ano seguinte, firmou um acordo com o Ministério Público do Trabalho e pagou indenização.
O ruralista ainda responde a dezenas de processos na Justiça da Bahia por supostamente atuar com funcionários armados para grilar terras na região. Nas ações, fazendeiros e outros empresários rurais relatam supostos episódios de ameaças, invasão e incêndio de propriedades.
A região na qual se passa a disputa fundiária tem um histórico de conflitos rurais. No início de junho, a ocupação de uma fazenda no extremo sul do estado terminou com detidos e indígenas baleados – antes, dois indígenas foram mortos a tiros quando atravessavam uma estrada de terra nas proximidades.
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