Os bois do Festival Folclórico de Parintins, Caprichoso e Garantido, todos os anos empolgam as galeras com alegria e emoção, tomando conta da cidade amazonense no mês de junho.
E o amor pelo boi-bumbá parintinense chega a ser tão intenso que a rivalidade entre as cores vermelho e azul refletem esse sentimento em cada canto da cidade e por onde as torcidas vão. Um amor forte e cheio de histórias ganha novas nuances quando se trata de eternizar esse sentimento, levando muitas pessoas à optarem por registrar na pele em forma de tatuagens.
Elas manifestam uma identificação, representatividade, cultura e tradição, como o amor de Thiago Barbosa. Não só dele. Na verdade, ele e um grupo de amigos tatuaram o boi Caprichoso no pulso como forma de eternizar sua paixão azulada.
“Fomos a um evento aqui em Manaus que tinha uma tatuadora com catálogo, com vários modelos de tatuagem dos bois. Assim, vários amigos, inclusive eu e meu esposo, topamos fazer juntos. Faz pouco tempo, acho que tem uns três meses. Eu vim morar em Manaus em 2000, a partir daí eu fui ficando um pouco mais próximo do boi, e pouco depois, já estava em um cenário bovino. Em 2018 foi minha primeira vez no Festival de Parintins”, disse o torcedor azulado ao Portal Amazônia.
Thiago aproveitou para dar uma notícia de torcedor com exclusividade a equipe: ele e o noivo irão casar em um famoso bar de simpatizantes do boi Caprichoso em Manaus.
“Inclusive a tatuagem quando eu postei, muita gente perguntou onde que eu fiz e fizeram iguais também. No meu casamento a lembrança ia ser a tatuagem, mas infelizmente a tatuadora não vai estar disponível. Nessa data eu queria que várias pessoas tivessem essa mesma oportunidade de tatuar o seu boi do amor, o nosso Caprichoso na pele. E outra curiosidade também é que meu marido é super Caprichoso e nós vamos casar no reduto do Caprichoso aqui em Manaus. Uma curiosidade legal, porque vai ser o primeiro casamento lá do bar e estamos muito empolgados”, revelou Barbosa.
A torcedora do Garantido, Jasmin Nobre, tem uma longa história com o boi vermelho. Desde muito pequena, o “boi de pano” esteve presente na sua vida. Agora, mais do que nunca, a jovem tem tatuagens do seu boi espalhadas pelo corpo e se diz orgulhosa por ter na pele cada uma delas.
“Fazem dois anos que fiz a minha primeira tatuagem, pois antes disso não tinha muitas inspirações como hoje em dia. Tanto que a primeira foi feita a partir de um desenho de uma blusa que eu tinha, não pensei duas vezes. Sou torcedora desde a barriga mesmo, meus pais sempre foram para Parintins. Eu e minha irmã começamos a ir em 2010, não íamos antes devido sermos muito pequenas”, disse a torcedora.
Jasmin também relata que em sua família havia uma única torcedora do boi contrário, mas que se rendeu aos demais e agora a família é toda vermelha e branco.
“Minha irmã mais nova era torcedora do Caprichoso até um tempinho desse, mas de uns tempos para cá se entrega aos dois. Sempre fomos unidos, nunca tivemos rivalidade”, confessou.
A tatuadora Suelen Costa fez parte de forma direta na realização de inúmeros desses sonhos e homenagens. Ela contou que boa parte de seus trabalhos com o tema “bumbás” foi realizada após rumores de um dos itens entrar para um reality show nacional.
“Assim que a Isabelle Nogueira [cunhã-poranga do boi Garantido] foi confirmada como potencial participante do BBB 24, fiquei tão empolgada que fiz um mutirão de votação pra que ela entrasse e caso desse certo iria sortear as artes da minha cartela autoral. Deu muito certo! A procura só aumentou depois disso”, disse a tatuadora.
Suelen lembrou ainda de uma experiência inusitada vivida como tatuadora, em especial na “época bovina”: “Já tatuei duas melhores amigas com adaptações de cartas clow do anime clássico Sakura Card Captors, dos anos 90, voltadas pros seus bois. Adorei tanto a ideia como as experiências. É muito legal quando pessoas próximas têm essa rivalidade saudável”.
A tatuadora citou ainda que pretende criar artes maiores, inspiradas nos itens de cada boi. “A cultura é tão incrível que vale a pena exaltar o ano todo”, afirmou.
Suelen como profissional, fez questão de citar alguns informes sobre cuidados para aqueles que ainda irão fazer tatuagens nos dias que se aproximam do Festival: “Eu acabo recusando alguns trabalhos conforme a data do Festival se aproxima, já que a tatuagem recém-feita e o clima quente da ilha não combinam e poderiam resultar numa arte falhada ou mesmo infeccionada. A saúde e sucesso da cicatrização tem que ser priorizada sempre”.
*Por Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
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