Foto: Reprodução/Ministério Público do Trabalho
O Amazonas lidera o ranking de trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão no 1º semestre deste ano, conforme aponta um relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado no dia 2 de dezembro pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno (Cedoc).
Segundo o relatório, só em 2024, dos 441 trabalhadores resgatados, 100 resgates ocorreram no Amazonas. Eles foram encontrados em condições análogas à escravidão em áreas de desmatamento e garimpo. Em segundo lugar aparece Minas Gerais, com 77 casos, e o Espírito Santo, com 71.
O documento também aponta que as atividades com maior concentração de trabalhadores resgatados foram lavouras permanentes (209 pessoas), seguida do desmatamento (75 pessoas), mineração (70 pessoas), produção de carvão vegetal (44 pessoas) e a pecuária (39 pessoas).
“É importante ressaltar que os números divulgados refletem apenas uma parte dos casos ocorridos em 2024, pois os dados só são consolidados após tramitação e validação pelos órgãos de fiscalização competentes”, explicou a CPT.
O primeiro semestre de 2024 também apontou que houve uma redução do número de trabalhadores resgatados em condição análoga à escravidão. Até o momento foram 441. Só em 2023, o total contabilizado passa dos 1.300; já em 2022, foram 984.
Já Minas Gerais liderou como o estado com o maior número de trabalho escravo só no primeiro semestre deste ano. De acordo com a CPT, foram 20 dos 59 registrados em todo o país, até o momento.
O levantamento também aponta que o Amazonas foi o estado que mais desmatou ilegalmente a Amazônia Legal.
“Foram 100 casos de desmatamento ilegal, dos quais 76% dos registros ocorreram na Amazônia Legal, sendo as comunidades indígenas as que mais sofreram com a devastação do fogo”, aponta o documento.
“O estado com maior registro de desmatamento é o Amazonas com 19 ocorrências, seguido por Pará, com 17; Maranhão, com 14 e Rondônia, com 12. As principais vítimas, não apenas nessa região, são comunidades indígenas, seguidas por quilombolas e extrativistas. Ao todo, 37% dos casos de desmatamento ilegal registrados foram em territórios indígenas”.
“Neste ano de 2024, estamos sofrendo muito com as mudanças climáticas em nosso território. Além dos incêndios, os rios estão secos, as pessoas estão sem água. Em alguns locais, o rio é uma lama de tanta destruição com o garimpo. O rio Marupá secou, os rios estão secando mais do que todos os limites de antes. Precisamos lutar por água potável para nosso povo e condições de vida, mesmo com as mudanças climáticas”, finalizou o relatório.
*Por Matheus Castro, da Rede Amazônica AM
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