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A retomada do Brasil, a Amazônia e o novembro negro

A retomada do Brasil, a Amazônia e o novembro negro
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Na noite de domingo, 30 de outubro, não apenas a maioria do Brasil, mas o mundo, respirou aliviado com a eleição da chapa Lula-Alckmin para a presidência da República e a consequente e vindoura retirada de Bolsonaro e do bolsonarismo do poder executivo federal e também a recuperação de parte dos governos estaduais.

Na nossa interação online, os momentos de virada na apuração foram sentidos e narrados como as ultrapassagens do saudoso Ayrton Sena, em tempos em que todos brasileiros e brasileiras, se viam representados pela mesma bandeira e cores e tinham orgulho com o “tema da vitória”.

Ainda vai levar um bom tempo para a desintoxicação dos contaminados pelas estratégias de pilhamento coletivo iniciadas lá em 2013, com gente indo para as ruas sem saber exatamente o porquê e com uma vastidão de pautas difusas. Um balão de ensaio do que viria a ser o antipetismo, o golpismo e o bolsonarismo, seguindo a cartilha olavista-bannon-trumpista.

Aquelas cores que antes eram de todos brasileiros foram expropriadas, mescladas a patos de borracha, conservadorismo, hipocrisia, fanatismo, atos antidemocráticos, fake news, truculência e tosquices.  Mais que lembrar um vergonhoso 7 X 1, se tornaram símbolo do “Brasil pária” e da “República dos medíocres”.

No entanto, e apesar de tudo, o “Reich” que se pretendia estabelecer com uma tomada completa do poder pelo bolsonarismo, foi bloqueado à tempo, pela metade boa do país com a ajuda de uma pequena parcela que fez a diferença, não dando a maioria ao Brasil do ódio, do negacionismo, da teocracia, das fake news e tangido feito gado ao som de música sertaneja ou “louvores”.

Voltaremos a ser o Brasil que o mundo estava com saudades. O Brasil que tinha se tornado grande player global, referência positiva em vários campos, campeão das conquistas sociais e que a maioria dos brasileiros sentia ter perdido.

Por outro lado, no que nos toca mais diretamente – a Amazônia -, Lula foi enfático logo no seu discurso da vitória. Potentes palavras sintetizando um plano geral para a região, seu papel estratégico geopolítico e desenvolvimento sustentável, cujos dois parágrafos finais resumem o espírito: “Temos compromisso com os povos indígenas, com os demais povos da floresta e com a biodiversidade. Queremos a pacificação ambiental. Não nos interessa uma guerra pelo meio ambiente, mas estamos prontos para defendê-lo de qualquer ameaça”.

Aproveito que adentramos novembro, mês dedicado à Consciência Negra, para breve observação. Sob os governos Lula tivemos, pela primeira vez na história nacional, chamados para a discussão e implantação de uma política nacional de promoção da igualdade racial, a institucionalização do tema com a criação de uma Secretaria Especial com status de ministério, a SEPPIR – Secretaria Especial Para Promoção da Igualdade Racial. Conquistamos o EIR-Estatuto da Igualdade Racial e tivemos espraiada transversalmente, por exemplo, na Educação e em várias outras ações afirmativas, essa preocupação e compromisso, que certamente serão retomados também.

Para fechar o assunto “Consciência Negra” informo, caros e caras leitores e leitoras, que este mês estou junto com companheiros e companheiras de luta, sendo agraciado com o “Prêmio Nestor Nascimento” em sua IV edição, conferido pela Assembleia Legislativa do Amazonas e que visa reconhecer pessoas e esforços relacionados à temática.

Recebo a premiação na categoria “Respeito, Visibilidade, Resgate Histórico e Luta contra o Racismo” e agradeço publicamente à UNIALEAM – Escola do Legislativo Senador José Lindoso e a coordenadora do Educando pela Cultura e criadora da premiação, a caríssima Jacy Braga.

Finalizando, com essa tão esperada retomada do Brasil, é importante que nós todos que prezamos pela democracia e antifascismo aprendamos com os erros do passado e nunca mais sejam deixadas brechas e “pontas soltas” para chegarmos tão perto de ser um Brasil completa ou majoritariamente desprezível e manipulado.

Um dia a esperança venceu o medo, agora o amor venceu o ódio.

A imagem que abre este artigo é de autoria de Cícero Pedrosa Neto e mostra a comunidade quilombola África-Laranjituba, no município de Moju, Pará (Foto: Cícero Pedrosa Neto/ Amazônia Real)

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