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a resistência na floresta do Amapá

a resistência na floresta do Amapá

Povo Wajãpi protestando contra PL 490, que visa liberar mineração em terras indígenas. Foto: Apina

No Amapá, entre os municípios de Pedra Branca do Amapari e Laranjal do Jari, está localizada a Terra Indígena Wajãpi (TIW). O território é marcado por inúmeras riquezas naturais e pela resistência de seu povo.

Com uma extensão de 6.070,17 km² (607.017,24 hectares), a área é delimitada pelas bacias dos rios Jari, Amapari e Oiapoque, integrando o complexo das Montanhas do Tumucumaque.

Leia também: Conheça o PARNA Montanhas do Tumucumaque, considerado o maior parque do

Os grupos indígenas que vivem na região mantêm práticas de subsistência baseadas na agricultura, caça, pesca e coleta, mudando periodicamente a localização de suas comunidades para permitir a regeneração ambiental das áreas ocupadas.

De acordo com o Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), a ocupação tradicional da região pelos Wajãpi remonta a séculos, mas o processo formal de reconhecimento e demarcação da terra iniciou-se apenas nos anos 1970, com sua delimitação formal ocorrendo em 1980.

A homologação definitiva foi realizada em 1996, após um processo de demarcação que contou com intensa participação dos próprios indígenas.

A iniciativa foi coordenada pela Fundação Nacional do Índio (Funai), com o apoio da Agência de Cooperação Alemã (GTZ) e do Centro de Trabalho Indigenista (CTI).

Fotos: Mário Vilela/Funai

Segundo o livro ‘Terra Indígena Wajãpi da demarcação às experiências de gestão territorial’, também do Iepé, no local podem ser encontrados árvores de copaíbas em ampla distribuição, mas dispersas. Segundo os Wajãpi, existem três tipos: a branca, vermelha e a negra com diferenças significativas na produção.

Apesar de sua rica cultura e resistência, os Wajãpi enfrentam constantes desafios. A TIW é rica em recursos minerais, como ouro e ferro, o que atrai o interesse de empresas de mineração e garimpeiros.

Para proteger seu território, os Wajãpi já participaram inclusive das manifestações contra o PL 490, que visa liberar mineração em terras indígenas.

O povo tem sido historicamente assediado por essas atividades, que ameaçam tanto o quanto o modo de vida tradicional das comunidades.

Fotos: Mário Vilela/Funai

O acesso às aldeias é feito por estradas, rios, igarapés e trilhas na floresta. Por isso, para manter a qualidade de vida e garantir a vigilância territorial, os Wajãpi apostam na ocupação dispersa do território.

Esse modelo não só assegura a subsistência em padrões considerados adequados pelo próprio povo, como também fortalece a proteção de seu espaço sagrado.

*Com informações do Iepé e ISA

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
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