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Fronteira amazônica desguarnecida - Amazônia Real

Fronteira amazônica desguarnecida – Amazônia Real

Donald Trump, dentre tantas façanhas surpreendentes ou inéditas, pode acumular mais uma: é o primeiro presidente dos Estados Unidos a ordenar a CIA a executar ações letais em território de um país soberano.

Outros presidentes americanos também autorizaram a polêmica Central de Inteligência dos Estados Unidos a praticar atos ilegais, letais e secretas, com o carimbo de confidencialidade. Nunca, porém, assumiram a plena autoria desses cometimentos, como Trump anunciou contra a Venezuela, numa escalada que pode chegar à ocupação militar do país.

Se esse ato se concretizar, como reagirá o Brasil, o maior e mais importante país da América do Sul? Por coincidência, exatamente neste momento o ministro das relações exteriores brasileiro conversa com o secretário americano da Defesa. A Venezuela entrará na pauta do encontro?

O jornal Panorâmica News desta quinta-feira (16) reproduz matéria de 20 de julho, com o título “FAB sem munições e caças do Brasil não decolam por falta de combustível”.

A reportagem é de 20 de julho, escrita por Ribamar Rocha, tem como fonte Thaís Souza, da Sociedade Militar. Reproduzo-a a seguir. Expressa a posição da Aeronáutica.

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A Força Aérea Brasileira (FAB), uma das instituições mais estratégicas do país, está sendo forçada a deixar seus caças no chão por falta de combustível. O Brasil está atravessando em 2025 uma das maiores tensões geopolíticas dos últimos anos, está reduzindo drasticamente a capacidade de operar aviões militares por corte de verba. O resultado? Aeronaves paradas, pilotos afastados das escalas de voo e fronteiras vulneráveis, inclusive na Amazônia, onde o clima com a Venezuela de Nicolás Maduro anda cada vez mais instável.

Um corte que desarma a Aeronáutica do Brasil

Tudo começou com o Decreto nº 12.447/2025, publicado em maio pelo Governo Federal. Nele, foram retirados R$ 2,6 bilhões do orçamento da Defesa, sendo R$ 812,2 milhões diretamente da Aeronáutica. Esses números foram confirmados tanto por veículos de imprensa quanto por o próprio Comando da FAB, e as consequências vieram na mesma velocidade que os cortes.

Segundo nota oficial da FAB ao projeto Comprova, o impacto foi tão amplo que afetou desde as operações logísticas até as atividades administrativas, deixando claro que a situação não é passageira, é crítica.

Caças em solo e pilotos da FAB fora de combate

Esquadrilha de A-29 Super Tucano (Foto: Sgt. Müller Marin/ FAB).

Para equilibrar as contas, o comando da FAB precisou adotar medidas que, na prática, representam um rebaixamento histórico na prontidão militar. Estão previstas:

  • A paralisação de cerca de 40 aeronaves, entre elas modelos importantes como os caças AMX A-1, os A-29 Super Tucano, aviões de transporte e helicópteros;
  • A redução das horas de voo de treinamento e patrulha;
  • O afastamento temporário de 137 pilotos das escalas operacionais (sem demissão, apenas realocados para funções administrativas);
  • O cancelamento de missões de patrulhamento de fronteiras e exercícios de preparação.

Essas ações têm o objetivo de conter o uso de combustível e reduzir custos com logística, manutenção e operação. Segundo a própria Força Aérea, são medidas “temporárias e proporcionais”, mas especialistas em defesa alertam que o prejuízo na capacitação operacional dos militares será real e duradouro.

Fronteiras desguarnecidas e Amazônia em alerta

O cenário se agrava ainda mais ao considerar que muitas das missões suspensas incluem voos de patrulha na Amazônia, onde o Brasil faz fronteira com países instáveis como a Venezuela. Com os caças em solo, quem protege essas regiões estratégicas?

Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Defesa, José Múcio, confirmou que há dificuldades até para abastecer os aviões com o mínimo necessário. Isso significa que a FAB pode não ter sequer estrutura logística para reagir a uma situação de emergência nas fronteiras e, se algo pior acontecer, não haveria munição, combustível ou aviões prontos para decolar.

O Brasil na contramão do mundo

Enquanto países como Polônia, Alemanha, China, Coreia do Sul e EUA aumentam seus investimentos em defesa, o Brasil segue cortando. O comandante do Exército, general Tomás Paiva, foi direto em um de seus discursos recentes: “Os investimentos em defesa cresceram exponencialmente em todas as regiões do mundo. O Brasil precisa redobrar a atenção”.

O governo, por sua vez, justifica os cortes com a necessidade de cumprir o teto de gastos e garantir equilíbrio fiscal. Mas essa política levanta um dilema: vale sacrificar a segurança nacional em nome de contas equilibradas?

Um futuro de incertezas para a FAB

Além do impacto imediato, programas estratégicos como o Projeto Gripen, que previa a modernização da frota de caças da FAB, também podem ser comprometidos. Com menos verba, as missões de formação de cadetes e o treinamento contínuo dos pilotos estão sendo adiados ou cancelados. Isso pode gerar um efeito dominó: pilotos menos experientes, menos preparados e aeronaves mal mantidas.

Para o professor de Relações Internacionais Vinícius de Carvalho, da King’s College London, ouvido pelo jornal O Globo, “um país com as dimensões do Brasil e com fronteiras tão sensíveis não pode abrir mão de uma Força Aérea operante e preparada”.

PEC da Defesa: uma saída?

A crise reacendeu no Congresso o debate sobre a chamada PEC da Previsibilidade, uma proposta que fixaria um piso de 2% do PIB para os gastos militares, algo já adotado por membros da OTAN. A ideia seria garantir previsibilidade orçamentária e impedir que cortes como os de 2025 prejudiquem a capacidade mínima das Forças Armadas de garantir a soberania nacional.

Mas a proposta enfrenta resistência política, especialmente diante das pressões por mais investimentos em áreas como saúde, educação e combate à fome. A decisão, portanto, não será técnica, mas sim ideológica e orçamentária.

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
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