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É no silêncio da noite que os piores crimes são cometidos

“Estamos vendo o Congresso comemorando a própria destruição”, diz ex-diretor do MMA

Clima, floresta e biodiversidade foram os temas de debate da Webinar “COP30: Floresta Amazônica e Soluções Climáticas”, realizado nesta sexta-feira (18). No primeiro painel, o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ex-diretor do Departamento de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas do Ministério do Meio Ambiente, Raoni Rajão, e o pesquisador da mesma instituição, Ubirajara Oliveira (UFMG), trataram da política em torno do desmatamento no Brasil, além da importância da preservação. 

Sobre a recente votação no congresso do chamado “PL da Devastação”, Rajão diz que representa um desmonte e “um processo autodestrutivo” de todos os ganhos históricos legislativos do Brasil voltados ao meio ambiente, como o Código Florestal e a criação do licenciamento ambiental.

“É um processo que pensa absolutamente no lucro, no curtíssimo prazo, de um grupo econômico muito pequeno em detrimento da possibilidade do Brasil se manter um grande produtor de alimentos e de chuvas”, comentou o professor. 

Durante sua fala, Rajão apresentou uma perspectiva histórica sobre o desmatamento no Brasil que vem desde o período colonial, com um processo de expansão pós-colonial. Segundo ele, tal aumento destrutivo tem um limite chamado, na UFMG, de “agro-suicídio”. Estudado pelo pesquisador Argemiro Teixeira Leite Filho, o termo se refere aos prejuízos, sociais e econômicos, trazidos pelo desmatamento no Brasil. De acordo com o estudo, embora a rentabilidade de terra desmatada seja maior de maneira local, regionalmente a perda é muito maior. Portanto, o aumento do desmatamento gera uma redução da produtividade por hectare. “Se tem no Brasil um problema de falta de planejamento e de falta de visão que está nos levando ao agro-suicídio”, disse Rajão. 

Pesquisador também da UFMG, Ubirajara Oliveira explicou que não é o ser humano que vai acabar com a biodiversidade, e sim com a própria espécie. “A vida tem tempo pra se recuperar, mas a nossa espécie não”.  O importante, segundo ele, é que evitemos a nossa própria extinção e também condições para a nossa espécie ao longo dessa extinção. Isso implica não se preocupar apenas com o nosso espaço, mas com o planeta num geral. 

Os impactos, desastres e pandemias não respeitam as fronteiras, como explica o professor. “O país não pode se preocupar só com o que está dentro dele, as fronteiras são criações humanas. Temos que ter uma preocupação global.” E o Brasil tem um papel importante nisso. De acordo com Oliveira, o BR tem cerca de 14% dos remanescentes dos trópicos, ou seja, tem muito remanescente de vegetação nativa com uma grande biodiversidade, além de responder a ¼ das áreas protegidas dos trópicos. “A preservação tem que ser planejada e pensada de forma global”, disse. 

O painel: Realidade e oportunidades amazônicas do Webnário durou um pouco mais de uma hora e pode ser visto, na íntegra, aqui:

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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