Em novembro celebramos a República, nascida de um golpe civil-militar na monarquia brasileira. A “gota d’água” na insatisfação das elites foi a abolição da escravidão. Desde tempos antes, “o mercado” já se manifestava de forma contrária ao fim do regime escravocrata, alardeando um tremendo caos econômico e social caso alguma justiça social fosse introduzida.
Passadas mais de 13 décadas e algumas conquistas sociais e trabalhistas, cá estamos nós o povo novamente, nos digladiando com os interesses da elite empresarial, seus políticos de plantão, a elite solidária e, pasmem, com parte do proletariado com a mentalidade sequelada pelo discurso neoliberal, conservador e antidemocrático. A bola da vez é o fim da escala 6X1.
Como dizia a música famosa do grupo brasiliense Legião Urbana nos anos 80 “no Amazonas, no Araguaia, na baixada fluminense, ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação, que país é este?” .
Por falar em anos 80 e música, é impressionante a atualidade dos sucessos daquela época de ouro do Rock nacional. Hoje parte do país assiste boquiaberta às ameaças que se materializaram em atentados terroristas à bomba no centro do poder nacional na Câmara dos deputados e em frente ao STF, e sabe-se lá onde mais podem ter sido montadas outras bombas.
A trilha sonora poderia ter “Engenheiros do Hawaii” mandando “E o fascismo é fascinante. Deixa a gente ignorante e fascinada [..]Fidel e Pinochet tiram sarro de você que não faz nada, yeah yeah E eu começo a achar normal que algum boçal Atire bombas na [esplanada?] , yeah yeah” .
Enquanto isso crianças de 4 anos seguem sendo mortas pela polícia e, o pior, velórios sendo invadidos, matadores de outras crianças seguem sendo absolvidos, caberia aí um Titãs puxando um ” Polícia para quem precisa, Polícia para quem precisa de polícia…”.
Novembro também é mês de luta, e esse é especial. Teremos pela primeira vez em nível nacional o feriado da Consciência Negra, que há anos já é celebrado em vários estados e municípios. Em Manaus e em todo o estado do Amazonas, o feriado foi instituído em 2010, por lei ordinária no estado. Estabeleceu não apenas o feriado, mas também uma extensa agenda de atividades de conscientização e valorização da presença e luta negra.
Enfim, mais um novembro, lutas que seguem.
A imagem que abre este artigo mostra policiais periciando o corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, é retirado da frente do STF, segundo a Polícia Civil do DF, Francisco foi autor das explosões ocorridas nesta quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil).
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