A Apollo e a Vale informaram, anteontem (06), que estabeleceram uma joint venture em relação à Vale Oman Distribution Center, um centro integrado de blending Blendagem, mistura de minério rico e pobre) e distribuição de minério de ferro com capacidade nominal de 40 milhões de toneladas por ano. A empresa negociada opera um terminal marítimo em Sohar, Omã.
Nos termos acordados, segundo o comunicado da Vale, a Apollo pagará 600 milhões de dólares e deterá uma participação de 50% na joint venture”. A conclusão do acordo é esperada para o segundo semestre deste ano e está sujeita às aprovações regulatórias usuais. A mineradora continuará com 100% da sua usina de pelotização de ferro, a Vale Oman Pelletizing Company.
Assim, só a participação em 50% de um centro de distribuição de minério rendeu 600 milhões de dólares, ou mais de 3 bilhões de reais. A venda do controle acionário de toda a Vale, um quarto de século atrás, saiu por menos de 4 bilhões de dólares (ou R$ 20 bilhões, numa atualização aproximada).
Em maio de 1997, o governo federal vendeu 41,7% das ações que possuía na então estatal Companhia Vale do Rio Doce, por 3,3 milhões de reais, conseguindo um ágio de 20% sobre o valor inicial do leilão de privatização. O valor dos papéis da Vale em bolsa de valores era então de R$ 12,5 bilhões, quase quatro vezes mais.
Ao receber, em Montevidéu, onde se encontrava, a notícia de que seu governo vencera a batalha campal, Fernando Henrique Cardoso não deixou por menos. Disse: “Já esperava isso. Houve ágio. Isso é bom e mostra que o governo agiu direito. Agora é torcer para que as coisas continuem certo”.
Continuam, é verdade, mas para quem estão dando certo?
A imagem que abre este artigo mostra o leilão da Companhia Vale do Rio Doce no dia 6 de maio de 1997 na Bolsa de Valores do Rio (Foto: Eduardo Knapp/Arquivo Folhapress).
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
Ver post do Autor