O Governo do Amapá e a representação francesa apresentaram os resultados das primeiras ações conjuntas de fortalecimento da educação e projetos para desenvolvimento da pesquisa, em ambos os lados da fronteira, durante o segundo dia da 13ª reunião da Comissão Mista Transfronteiriça (CMT) Brasil-França, em Macapá.
O encontro, que ocorreu dia 12 de junho, na sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), teve foco no compartilhamento de conhecimentos e internacionalização da educação básica. Representantes de ambos os lados anunciaram a ampliação e a criação de escolas bilíngues para o ensino do francês e do português, em unidades educacionais do Amapá e da Guiana Francesa.
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No Amapá, 100 escolas da rede estadual ofertam a língua francesa como componente curricular, uma delas é a Escola Estadual Marly Maria, no Conjunto Habitacional Macapaba, na Zona Norte de Macapá, que desenvolve essa modalidade com iniciativas pedagógicas durante o ano, como no mês de abril, quando foi realizado o Festival da Cultura Francesa, com apresentação dos alunos de trabalhos sobre os costumes de 14 países que possuem o francês como língua oficial.
Seguindo na estratégia de cooperação, o Governo do Estado anunciou que em 2025, no ano do Brasil-França, a Escola Estadual Joaquim Nabuco, no município de Oiapoque, será transformada em bilíngue. Foi anunciado, ainda, a realização da 3ª edição do Estágio Amazônico Português Língua Estrangeira (PLE), em novembro deste ano, e a retomada do Salão do Livro em parceria com a Academia da Guiana.
O governo francês anunciou, também, que com o início do semestre letivo em setembro de 2024, mais duas escolas da Guiana ofertarão o ensino da língua portuguesa aos guianenses. O desenvolvimento educacional na região da fronteira enriquece a cooperação entre o Brasil e a França, com estreitamento de laços através de projetos estruturantes, de acordo com Michèle Ramis, chefe do Departamento das Américas e do Caribe.
Neste ano, o Governo do Amapá renovou a cooperação com o Ministério da Educação da França para pesquisa e intercâmbios, como iniciativa proposta pela gestão na 12ª CMT, realizada em 2023, em Caiena, na Guiana Francesa. O acordo assinado permite que todas as escolas do Amapá e da Guiana sejam contempladas com intercâmbio, formações e pesquisas.
“Mostramos o quanto o conceito de internacionalização tem sido eficaz para os dois lados. Compreendemos aqui com os resultados que nós apresentamos que isso significa o bem comum dentro de um processo de horizontalidade e isso nos proporciona maior segurança para avançar nas agendas. Isso tudo aproxima mais o Amapá da Guiana”, destacou Antônia Andrade, secretária adjunta de Política Educacional do Amapá.
Em maio, também foi assinado um termo de cooperação com a escola franco-guianense Liceu Polivalente Balata. A parceria internacional beneficiará estudantes guianenses no segundo semestre deste ano, e marca o primeiro projeto de intercâmbio da rede pública de ensino.
Em 2023, a parceria educacional também foi expandida para o ensino superior, quando o Governo do Amapá integrou uma parceria que abriu vagas para projetos de estudo com foco no desenvolvimento da região de fronteira. A iniciativa foi destinada à acadêmicos da Universidade Federal do Amapá (Unifap), nas áreas de Ciências Sociais, História, Geografia, Relações Internacionais, Ciências Ambientais e Sociologia.
A reunião também apresentou os intercâmbios e colaborações em pesquisa e extensão acadêmica entre a Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Instituto Federal do Amapá (Ifap), Unifap e a Universidade da Guiana, para promover a cooperação na Amazônia, desenvolver parcerias com o Platô das Guianas e realizar uma chamada conjunta à pesquisadores junto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap).
“Existem diversos suportes de ambos os lados para que cada pauta, cada tema, avance em termos concretos naquilo que se espera. Um desses caminhos é a pesquisa aplicada. Nosso objetivo é incentivar a informação e fomentar o desenvolvimento sustentável e garantir a construção colaborativa que tragam benefícios concretos para a formação por meio de suporte a políticas públicas mais aderentes à solidariedade social”, reforçou o professor Gutemberg Vilhena Silva, presidente da Fapeap.
*Com informações do Governo do Amapá
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