A juíza federal Aileen Cannon rejeitou, nesta quinta-feira 14, uma das petições apresentadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump para pedir o arquivamento do caso sobre seu suposto manuseio inadequado de documentos confidenciais.
O ex-presidente, de 77 anos, compareceu a um tribunal em Fort Pierce, cerca de 200 km ao norte de Miami, nesta quinta-feira.
Em junho, ele se declarou inocente das acusações de retenção ilegal de informações sobre defesa nacional, conspiração para obstruir a justiça e falso testemunho.
Segundo a acusação, Trump guardou arquivos confidenciais – incluindo registros do Pentágono e da Agência de Segurança Nacional – sem segurança especial em sua casa em Mar-a-Lago e obstruiu os esforços oficiais para recuperá-los.
Seus advogados pediam a retirada das acusações alegando que o estatuto sob o qual o ex-presidente foi acusado era “vagamente inconstitucional”.
Em uma ordem escrita após a audiência, a juíza Cannon admitiu que alguns dos argumentos de Trump merecem “consideração séria”, mas acrescentou que era muito cedo para descartar as acusações com base em discordâncias sobre a definição de alguns termos usados na acusação.
Os advogados de Trump afirmam também que Cannon deveria descartar o caso porque, sendo presidente, Trump podia designar documentos como pessoais mesmo após deixar o cargo.
Este é um argumento rejeitado pela Procuradoria sobre o qual a juíza ainda não se pronunciou.
Trump também enfrenta acusações federais de conspirar para anular os resultados das eleições de 2020, nas quais perdeu para o atual presidente, o democrata Joe Biden.
Seus problemas legais não o impediram de vencer confortavelmente as primárias republicanas para as eleições de novembro.
Nas últimas semanas, sua defesa apresentou vários recursos para tentar adiar a realização de seus julgamentos até depois dessas eleições.
A juíza Cannon já deixou claro que adiará o julgamento pelos documentos classificados, previsto para 20 de maio, devido à grande quantidade de petições a serem estudadas.
A procuradoria propôs iniciar em 8 de julho, mas a juíza considerou essa data “pouco realista”.
Enquanto isso, em Nova York, a procuradoria de Manhattan se mostrou disposta nesta quinta-feira a adiar por 30 dias o julgamento contra Trump que começaria no final de março nesse distrito, em um caso de pagamentos secretos a uma atriz de filmes pornôs para comprar seu silêncio.
O futuro legal de Trump depende de uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que irá analisar em 25 de abril se o magnata imobiliário tem imunidade penal como ex-presidente.
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