O procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes apontou que o ex-procurador-geral, Augusto Aras, atuou para que as autoridades não investigassem o avanço de movimentos golpistas ocorridos após o resultado das eleições presidenciais de 2022.
Anselmo Henrique Lopes, que é responsável por acompanhar as ações de autoridades de segurança pública contra atos antidemocráticos, tratou do tema em despacho enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR). O documento foi revelado pelo site Metrópoles nesta sexta-feira 16.
Segundo ele, Aras “inibiu a atuação conjunta de procuradores da República em diversos estados da Federação, que buscavam combater ações e iniciativas golpistas em assentamentos ilegais presentes em frente a quartéis militares”.
O procurador se refere a uma decisão, tomada por Aras, de devolver ao Ministério Público do Distrito Federal a recomendação para que o Comando Militar do Planalto, a Secretaria de Segurança Pública do DF e a Polícia Militar do DF atuassem de maneira conjunta para combater os acampamentos que foram montados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília (DF), após o resultados das eleições presidenciais de 2022.
No despacho, Anselmo Lopes também cita o caso do Rio de Janeiro, acusando Aras de se negar a “compartilhar provas sobre investigações de atos antidemocráticos”, bem como de ter representado, frente à Corregedoria-Geral do MPF, “contra procuradores da República lotados no Rio de Janeiro que atuavam contra a prática de tais ações”.
Ainda de acordo com o documento revelado pelo site, Aras impediu deliberadamente que que grupos de trabalho montados para monitorar movimentos golpistas pudessem atuar.
O ex-PGR respondeu, em nota, à acusação de Anselmo, aproveitando para relembrar um caso passado.
“A manifestação de Anselmo Cordeiro Lopes contra mim não passa de uma opinião ressentida de um procurador ainda inconformado com minhas decisões contrárias ao repasse de R$ 2,3 bilhões de um acordo de leniência para a Transparência Internacional”, diz o comunicado do ex-PGR.
Segundo Aras, “grande parte desse valor já foi depositado em favor da União, em decorrência das medidas da nossa gestão na PGR”.
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