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ToggleMuitos animais entraram em extinção ao longo das últimas décadas como reflexo das mudanças climáticas, somadas à perda gradual do habitat. Felizmente, algum tempo depois, parte dessas espécies é encontrada novamente na natureza e, ao mesmo tempo que gera surpresa, acaba representando uma nova oportunidade de preservação animal.
Recentemente, no mês de novembro, tivemos um desfecho semelhante nesse sentido envolvendo um animalzinho bastante simpático: a toupeira-dourada de Winton. Há mais de oitenta anos que ela foi dada como desaparecida, mais especificamente, esse seria seu status desde o ano de 1936.
A toupeira-dourada de Winton, cujo nome científico é Cryptochloris wintoni, vive nas areias, mergulhando no interior das dunas e utilizando sua audição bastante aguçada para se deslocar. Capaz de detectar vibrações na areia, ela não possui olhos e é conhecida por sua pelagem bastante brilhante. Até então, ela figurava como a 11ª espécie mais procurada do mundo, segundo o Re:wild.
(Fonte: JP le Roux/Reprodução)
Em busca da toupeira-dourada de Winton
Neste caso, não se pode dizer que a constatação que a espécie segue viva foi fruto de um mero acaso, já que envolveu muito trabalho. Pesquisadores da ONG Endangered Wildlife Trust (EWT) e da Universidade de Pretória estavam procurando por evidências da sua existência em diversos locais pela África do Sul.
Pelo menos dezoito quilômetros de dunas foram exploradas, e mais de cem amostras de solo foram consideradas no trabalho que aborda o encontro com o animal, publicado na revista Biodiversity and Conservation. Graças a esse esforço, a equipe encontrou tocas e rastros deixados pelas toupeiras em Port Nolloth, localizada no noroeste do país.
Como pesquisadores notaram que várias espécies de toupeiras estavam presentes na região, até mesmo o famoso melhor amigo do homem, o cachorro, foi escalado para ajudar nas buscas. Uma border collie chamada Jessie, treinada para conseguir detectar o cheiro de espécies comuns de toupeira-dourada, aumentou a expectativa de encontrarem o animal procurado.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Reunindo diferentes evidências
No final das contas, foi detectado material genético de uma toupeira-dourada de Winston, que comparada com uma amostra, ajudou a confirmar que a espécie não foi extinta. Não apenas uma, mas quatro populações da toupeira-dourada foram localizadas por meio do eDNA (DNA ambiental).
Cobus Theron, que participou da busca, acredita que o uso do eDNA, que se utiliza de diversos vestígios, como pelos e secreções corporais encontrados na natureza, para auxiliar nas buscas, também pode ser aproveitado para localizar de outras espécies consideradas em extinção ou que estejam em perigo.
Para Samantha Mynhardt, geneticista da Endangered Wildlife Trust “extrair DNA do solo tem seus desafios, mas temos aprimorado nossas habilidades e refinado nossas técnicas – mesmo antes deste projeto – e estávamos bastante confiantes de que se a toupeira-dourada de Winton estivesse no ambiente, seríamos capazes de detectar descobrindo e sequenciando seu DNA”.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Mega Curioso e são de total responsabilidade do autor.
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