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ToggleEm 1935, enquanto os Estados Unidos ainda atravessavam a Grande Depressão, os militares trabalhavam com um orçamento limitado. Então, o capitão Paul Logan, Intendente Geral do Exército dos EUA, teve a brilhante ideia de preparar uma nova sobremesa para seus soldados: um chocolate que não fosse tão delicioso assim.
Logan colaborou com a empresa Hershey’s para criar essas revolucionárias rações, mas afirmando que o produto deveria “ter um sabor um pouco melhor do que uma batata cozida apenas”. O objetivo é que existisse uma barra repleta dos nutrientes mais essenciais, como carboidratos, proteínas, gorduras e minerais, para reabastecer as tropas em emergências — mas que não fosse irresistível a ponto dos soldados comerem mais do que o necessário.
Criação de um novo chocolate
(Fonte: Wikimedia Commons)
Segundo o Museu Nacional Smithsonian de História Americana, Paul Logan conduziu até 300 experimentos para a criação da nova receita de chocolate, manipulando os ingredientes muitas vezes para encontrar a fusão correta. Em 1937, o capitão e a Hershey’s optaram por uma mistura de farinha de aveia, leite em pó desnatado, manteiga de cacau e licor de chocolate. Porém, tudo era feito sem muito açúcar, deixando um sabor mais seco e amargo.
Além do gosto um pouco desagradável, Logan tinha outras condições para a criação do chocolate: ele não poderia pesar mais de 120 gramas, de forma que pudesse ser transportado no bolso dos soldados. Também seria necessário ser uma fonte de energia forte e eficiente, e permanecer sólido em altas temperaturas para não derreter e ser desperdiçado.
Quem assumiu a função foi o químico-chefe da Hershey’s, Sam Hinkle. Ele planejou uma criação que era equivalente a uma rocha em textura e toque, e que os soldados teriam que cortar com uma faca afiada antes de consumir — tendo em vista que era quase impossível de morder. O guia de consumo “Ração D” criado pela empresa sugeria mordiscar a barra ao longo de meia hora ou então deixá-la dissolver em água como bebida.
Cada barra fornecia valiosas 600 calorias para os soldados, que eram orientados a comê-las apenas como último recurso, para evitar a fome em circunstâncias extraordinárias. Hinkle também modificou a receita para incorporar vitamina B1 na fórmula, o que seria útil em climas tropicais, onde as tropas poderiam ser suscetíveis a deficiências vitamínicas e doenças associadas.
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Participação na guerra
(Fonte: Wikimedia Commons)
Surpreendentemente, dada a quantidade de barras de ração produzidas pela Hershey’s, esses chocolates de guerra tiveram que ser moldados à mão, pois eram densos e ricos demais para que as máquinas da época tivessem alguma precisão. Satisfeita com as amostras de Hinkle, a Hershey’s produziu 90 mil barras entre abril e junho de 1937.
O resultado foi tão satisfatório que a ração foi testada em diferentes ambientes, desde na Antártida até as Filipinas. Com o tempo, no entanto, os comandantes militares decidiram que queriam uma opção mais apetitosa para seus soldados — mas não tão atraente assim. Essa necessidade levou à criação da barra de chocolate tropical Hershey’s, que vinha em blocos de 30 e 60 gramas, em 1943.
Embora a produção da Ração D tenha terminado logo após o fim da guerra, a barra tropical permaneceu um alimento básico nas guerras subsequentes. O chocolate alimentou astronautas da missão Apollo 15 e foi distribuída aos soldados até 1991. Até hoje, exemplares desse alimento podem ser vistos pelos visitantes do Museu Nacional de História Americana.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Mega Curioso e são de total responsabilidade do autor.
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