4 regras que mulheres mórmons devem seguir

Os mórmons são os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, de tradição cristã. Fundada nos Estados Unidos por Joseph Smith, em 1830, os seguidores dessa igreja creem que levas de hebreus migraram do Velho Mundo para a América, embora isso não seja comprovado historicamente. 

O mormonismo se sustenta na importância do trabalho missionário e peregrino, o que faz com que os jovens tenham que passar pelo menos dois anos de sua vida viajando para pregar sua religião. Ao longo de suas vidas, eles mantêm hábitos de vida que remetem ao passado. E, claro, boa parte dessas regras mais rígidas atinge as mulheres, ainda que elas tenham um poder bem reduzido dentro da igreja.

1. Seus papéis na sociedade são definidos conforme a Bíblia

As mulheres mórmons precisam seguir papéis bem restritos na sociedade onde vivem, com funções determinadas pela Bíblia. Suas “regras” se baseiam em textos escritos pelo fundador mórmon Joseph Smith, nas ordens dos líderes e em trechos bíblicos. Em 1987, o líder mórmon Ezra Taft disse: “o Senhor ordenou que mulheres e crianças tenham direito a seus maridos e pais para sua manutenção”.

Quando uma mulher tenta se destacar demais, elas se assemelhariam a Eva. De acordo com o 14º presidente da igreja mórmon, Howard Hunter, as seguidoras teriam um “privilégio sagrado de gerar as almas dos homens”, e serviriam prioritariamente para cuidar da casa e da prole.

2. Elas precisam se casar para atingir o nível celestial mais alto

De acordo com Joseph Smith no texto “Doutrina e Convênios”, o casamento é essencial para a “exaltação” da mulher e para que ela possa alcançar o nível mais alto do reino celestial. Neste texto, ele ainda acrescentou: “um homem e uma mulher devem entrar no novo e eterno convênio do casamento”. 

Os mórmons acreditam que existem diferentes níveis no céu, e os que forem realmente “exaltados” vão poder se unir com Deus após a morte. Para obter essa graça, é preciso cumprir muitas regras, como “fazer orações familiares e individuais todos os dias” e “comparecer às reuniões da igreja”.

E, claro, é preciso se casar. Embora o mormonismo coloque essa regra para homens e mulheres, elas sofrem uma pressão a mais para contrair matrimônio com alguém da igreja, não importa o que aconteça. Só são permitidos casamentos heterossexuais, claro.

3. Elas não podem realizar um aborto em nenhuma condição

O aborto é proibido entre nos mórmons, e é descrito como “uma das práticas mais revoltantes e pecaminosas dos dias de hoje”. O líder mórmon Gordon Hinckley chegou a dizer: “o aborto é uma coisa feia, uma coisa degradante, uma coisa que inevitavelmente traz remorso, tristeza e arrependimento”. O mormonismo enquadra essa regra no “Não matarás” bíblico.

Ainda assim, com o tempo, alguns líderes mórmons abriram algumas brechas. Boyd Packer, que faleceu em 2015, pontuou exceções em relação ao aborto para “o crime perverso de incesto ou estupro”, se “a vida da mãe estiver em risco” ou se um “feto gravemente defeituoso não puder sobreviver ao parto”. Mesmo assim, é preciso orar muito antes de tomar essa decisão.

4. Elas precisam se vestir de forma conservadora

Tal como em quase todas as religiões mais conservadoras, as mulheres passam por um rígido controle de suas vestimentas, que devem prezar pelo pudor. No mormonismo, a ideia é priorizar sempre a modéstia.

O líder mórmon Dallin Oaks afirmou que isso precisa ser seguido para que os corpos das mulheres não “se tornem ‘pornografia para alguns dos homens que as veem'”. Ainda assim, elas precisam também ser femininas, o que significa não “andar por aí parecendo homens”. Na prática, isso quer dizer que nunca devem usar calças.