Os Jogos Olímpicos ocorreram pela primeira vez em Olímpia, na Grécia, por volta de 776 a.C. Eles foram organizados dentro do ciclo de 4 anos e realizados em diferentes cidades, sempre incluindo o mesmo grupo de esportes.
Só que eles foram mudando de tempo em tempo por várias razões. Por um tempo, por exemplo, promoveu-se uma luta livre que poderia se encerrar com a morte de um dos oponentes. Por motivos óbvios, vários destes desportos foram sendo deixados para trás por um tempo. Outros foram esquecidos simplesmente porque não faziam mais sentido entre as sociedades modernas.
1. Pancrácio
Dentre os esportes mais brutais que já foram realizados nas Olimpíadas, certamente no topo está o pancrácio. Tratava-se de uma arte marcial da Grécia que apresentava uma fusão de técnicas de luta, incluindo luta grega, boxe, estrangulamento, chutes, golpes e técnicas de travamento das articulações.
Era realmente um vale tudo. Só para se ter ideia, o termo pancrácio vem do grego pancratium, que significa “cerco total” ou “poderes totais”. Na verdade, o pancrácio não permitia só morder, mas também arranhar e quebrar os ossos do inimigo. Podia-se inclusive acabar arrancando o olho do oponente.
O esporte era disputado em um ringue, com a derrota final do adversário. O pancrácio estava entre os três esportes pesados dos jogos antigos (os outros dois eram boxe e luta livre) e era incrivelmente violento. O combate poderia acabar com a morte acidental do oponente, que não era considerada um homicídio.
2. Hoplitódromo
O hoplitódromo (o termo vem do grego hoplítés, “armado” e dromos, “corrida”) era uma modalidade de corrida de rua em que os participantes corriam vestidos com a panóplia, a armadura completa do soldado hoplita. Só não usavam a couraça.
Correr rápido era, na Grécia antiga, visto como uma questão que envolvia a sobrevivência durante as guerras. Por isso, o hoplitódromo fazia total sentido, já que os competidores corriam usando seu equipamento de soldado, carregando cerca de 6 quilos a mais no seu peso. Provavam assim estar prontos para qualquer eventualidade bélica.
3. Lampadedromia
A lampadedromia foi um tipo de corrida de revezamento realizada com tochas acesas. Os competidores geralmente corriam a pé, mas às vezes também eram carregados por cavalos. Tornou-se com o tempo um esporte muito popular.
Além disso, a lampadedromia tinha um caráter sagrado e mitológico. A mensagem por trás da corrida era: embora seja importante começar a corrida, o mais importante é chegar ao final dela com a tocha ainda acesa. O vencedor era aquele que chegava primeiro com o fogo sacrificial no grande altar de Atenas.
4. Euandria
Um esporte bastante inusitado das antigas Olimpíadas era um concurso de beleza masculina, a qual era extremamente valorizada na Grécia. Para os gregos, possuir um corpo físico bonito e saudável significava ser bom, puro e nobre. Além disso, estar em forma era essencial a todo cidadão, já que poderia ser chamado para a guerra a qualquer momento.
Por conta de tudo isso, foi criada a euandria, uma competição em que os homens eram avaliados tendo como base sua beleza, mas também sua força e seu tamanho. O curioso é que os critérios não eram exatamente claros: por mais que a euandria parecesse com o fisiculturismo, os homens eram também avaliados por quesitos subjetivos, como simetria e equilíbrio dos músculos.
Os vencedores do concurso ganhavam armas como prêmios e eram convidados a ir até um templo, onde recebiam coroas de murta, tal como os vencedores dos jogos de atletismo.
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