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Paçoca de Roraima entra para o Livro dos Recordes como a maior do mundo

Paçoca de Roraima entra para o Livro dos Recordes como a maior do mundo

É de Roraima! A maior paçoca de carne seca do mundo, que virou símbolo do arraial Boa Vista Junina, foi reconhecida pelo Guinness Book, o Livro dos Recordes, e agora tem o título oficial. Paixão de diversos roraimenses, o prato tradicional da culinária indígena do estado quebrou o próprio recorde e chegou a 1.356 kg de carne seca e farinha amarela na noite do dia 7 de junho.

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A pesagem oficial começou com 40 minutos de atraso, por volta das 19h40, e fazia parte de um dos requisitos do Guinness Book. Ela ocorreu na praça Fábio Marques Paracat, no Centro da cidade, onde ocorre o arraial.

A nova marca superou em 92 kg o próprio recorde, registrado em 2023. À época, foram produzidas 1.264 kg da paçoca.

Depois da pesagem, o prefeito Arthur Henrique (MDB) recebeu um certificado que oficializou o recorde mundial. Em coletiva de imprensa, ele afirmou que a iguaria foi um desafio neste ano, mas agora, por ser reconhecida no livro dos recordes, ela passa a ser uma atração internacional.

“O objetivo é sempre continuar quebrando recordes, contando agora com o reconhecimento internacional. A gente sempre fala sobre as atrações nacionais [no Boa Vista Junina], mas a nossa paçoca agora passa a ser contabilizada como uma atração internacional”, afirmou.

Além do peso, para conceder o título, o Guinness também considerou a qualidade e a distribuição do alimento.

A qualidade foi atestada por dois chefes de cozinha e dois nutricionistas, escolhidos pela comissão do Guinness. Os chefes avaliaram se a comida é realmente um item tradicional. Já os nutricionistas conferiram a higienização do processo de produção e o valor nutricional da paçoca.

Funcionários enchem tacho com a maior paçoca do mundo durante pesagem no Boa Vista Junina 2024. Foto: João Gabriel Leitão/Rede Amazônica

De acordo com a juíza do Guinness World Records e responsável pelos recordes brasileiros, Camila Borenstain, a análise dos profissionais foi encaminhada a ela por meio de relatórios. Os documentos foram somados a comprovação da qualidade da balança, da tara, a pesagem e a distribuição.

“A gente tem uma lista de regras que precisam ser seguidas, dentre elas temos muitas regras de vigilância sanitária. A gente teve quatro testemunhas que acompanharam todo o processo de feitio da paçoca, sendo eles dois chefes de cozinha e duas nutricionistas que ficaram acompanhando durante a semana inteira, durante todo o período do trabalho, e tivemos também algumas regras de quantidade de proporção de alimentos que deve ser fiel a um prato típico e o momento de chegar aqui. A gente tem o mínimo de 500 kg que precisam ser batidos, não podemos ter desperdício de alimento, então a gente fica até o fim da distribuição”, explicou Camila Borenstain.

Mesmo tendo quebra de recordes anuais desde 2015, ano em que a prefeitura de Boa Vista começou a distribuição do alimento no arraial, essa foi a primeira vez que a festa recebeu uma equipe do Guinness.

A distribuição gratuita do alimento iniciou por volta das 20h e assim como em anos anteriores, a paçoca foi distribuída com bananas, tradicional acompanhamento da iguaria. Foram distribuídos cerca de 1.400 kg da fruta.

A fila para receber a paçoca gigante foi tão grande quanto ela. Foram formadas nove filas, sendo três para atender o público preferencial. Algumas delas chegaram atingir a entrada das arquibancadas da arena junina e o palco de shows musicais.

A entrega da paçoca durou cerca de 2h e foi encerrada por volta das 22h12. Para ter o título oficial de “maior do mundo”, a comida não poderia ser desperdiçada.

A iguaria, diferente da paçoca doce de amendoim, é feita à base de carne seca e farinha amarela. Ela é produzida através da pilagem da farinha e da carne, que posteriormente são refogadas com cebola, manteiga ou óleo de cozinha.

Até chegar ao sabor já conhecido pelos roraimenses e que desperta curiosidade de quem não é do Norte, a carne usada é desossada e levada ao sol, para o processo de secagem, que iniciou na segunda-feira (3).

Na edição deste ano, foram utilizados volumes gigantes de ingredientes:

  • 2.800 kg de carne;
  • 520 kg de farinha amarela;
  • 170 kg de cebola;
  • 42 kg de manteiga.

Tudo isso para bater o próprio recorde e se manter como a “maior paçoca do mundo”, título dado pela prefeitura de Boa Vista desde a primeira vez em que a paçoca foi servida gratuitamente no arraial.

Paçoca é entregue para a população em Boa Vista. Foto: Yara Ramalho/Rede Amazônica

Neste ano, a produção da iguaria roraimense durou cerca de cinco dias e envolveu 15 pessoas. Ela foi preparada pela Fábrica Pinheiro, empresa contratada pela prefeitura. Esta é a terceira vez que a empresa faz a produção gigante. A primeira foi em 2017, e a segunda, em 2019.

O local de pesagem e distribuição da paçoca foi montado atrás da arena junina. No local, uma multidão de pessoas se preparam para receber o alimento.

A professora aposentada Eliane de Farias, de 63 anos, chegou ao local por volta das 18h e levou até uma cadeira para aguardar a comida sem se cansar. Ela pensou em esperar na fila preferencial, mas preferiu ficar na comum ao lado da filha, neta e do genro.

“Eu cheguei agorinha e já trouxe a cadeira porque pensei: ‘se demorar fico aqui sentadinha’. E a sombrinha está aqui, não pego chuva”, brincou a aposentada.

O pequeno Davi Lucas, de 7 anos, também quis garantir o primeiro lugar em uma das nove filas de distribuição e provar da paçoca gigante pela primeira vez. Acompanhado da mãe e do pai, ele chegou no local por voltar das 18h. “Para comer é a primeira vez que eu venho, mas já vim outras vezes para o arraial. Quero provar”, disse Davi.

Mantendo uma tradição e com objetivo de valorizar a cultura roraimense, o casal de antropólogos Islânia Silva, de 35 anos, e Eduardo Ribeiro, de 33 anos, ficou com o primeiro lugar de uma das filas pelo segundo ano consecutivo. Essa é a quarta vez que eles participam do evento.

Por conta da presença do Guinness, o casal ficou com medo que o local ficasse cheio muito rápido e para garantir o lugar nesse ano, chegou às 16h30.

“A gente vem porque a festa junina em si é bastante animada, tipicamente brasileira, e segundo porque é um recorde roraimense. Então, prestigiar esse evento aqui da nossa terra é algo importante pra gente”, explicou Islânia.

“E não só prestigiar a festa e a paçoca, mas também demonstrar uma forma de respeito por quem fez a paçoca e toda essa tradição, a imagem da paçoca”, completou Eduardo.

A história da maior paçoca do mundo começou em 2015, quando a prefeitura decidiu servir gratuitamente ao público do arraial porções do prato típico. Naquele ano, foram distribuídos 500 kg a 20 mil pessoas.

Depois, nos anos seguintes, os recordes foram batidos. A última vez que a paçoca foi servida foi em 2023, onde a quantidade chegou a 1.264 kg. Desde se iniciou, somente nos anos de 2020 e 2021 não teve paçoca porque em razão da pandemia o arraial não foi realizado.

*Por Yara Ramalho e João Gabriel Leitão, do G1 Roraima

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
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